Agricultura de precisão avança, mas mão de obra é escassa

Pelo menos 42% dos produtores de Mato Grosso já fazem o uso da agricultura de precisão.

“É um número surpreendente e mostra a capacidade de o produtor absorver as novas tecnologias no campo, diz Rui Prado, presidente do sistema Famato (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso).

Entra na pauta da agricultura, cada vez mais, a informação. São projetos de controle -com precisão- do clima e da eficiência dos insumos e das sementes.

Essa inovações mostram ao produtor a quantidade certa e o momento exato da utilização desses produtos, segundo Prado.

A tecnologia é um novo salto para a agricultura, que poderá dar um bom incremento no setor. No momento, porém, representa aumento de custo, devido à baixa utilização do potencial das novas máquinas, de acordo com Prado.

As modernas máquinas agrícolas, às vezes, são como os celulares mais avançados e que, para muitos, servem apenas para receber e fazer chamadas.

CUSTOS

“É preciso aprender e entender essa tecnologia. Esse conhecimento é que vai trazer a redução de custos para o produtor”, diz Prado.

Na avaliação do presidente da Famato, o mundo começa a despertar cada vez mais para a tecnologia que gera informação e, na sequência, serve para uma prescrição do setor agrícola.

Os dados coletados com a tecnologia vão indicar as necessidades agrícolas de cada talhão de terra. O importante, no entanto, é que o país abrace com seriedade o desenvolvimento próprio dessa tecnologia e que não fique a reboque dos outros.

Para isso, é necessária a participação de governo, empresas e produtores no desenvolvimento dessa tecnologia própria, afirma Prado.

O levantamento sobre a utilização da tecnologia em Mato Grosso foi feito pelo Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) a pedido do Senar (Sistema Nacional de Aprendizagem Nacional).

O Senar quis aferir o uso da tecnologia no campo. Apesar dos bons ventos que ela traz, a maioria dos produtores entrevistados afirmou que não utiliza o maquinário com toda a sua capacidade, devido à falta de mão de obra qualificada.

A pesquisa mostrou que 71% dos entrevistados apontaram aumento na eficiência nas lavouras a partir da qualificação dos trabalhadores nas fazendas.

Mas apontou também que em nenhuma das regiões do Estado a satisfação dos produtores que receberam treinamento pelas revendas de maquinários foi superior a 50%, quando se tratou de capacitação de mão de obra.

 

 

Fonte: Folha de S.Paulo

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