Agricultores dos EUA devem receber 3ª parcela de auxílio mesmo após acordo com China

O Secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Sonny Perdue, afirmou esperar que produtores norte-americanos recebam a terceira e última parcela de pagamentos relacionados a impactos da guerra comercial com a China mesmo após a assinatura do acordo de Fase 1 entre os países, noticiou a Bloomberg nesta quinta-feira.

Washington e Pequim assinaram o pacto na quarta-feira, o que aliviou as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo, embora ainda haja algumas questões importantes pendentes.

O governo dos EUA já liberou duas das três parcelas de um pacote de US$ 16 bilhões de auxílio anunciado em maio, que visa compensar agricultores pelos prejuízos verificados durante os 18 meses da guerra comercial.

Durante o período, a China impôs tarifas a exportações de importantes produtos agrícolas dos EUA, como soja e carne suína, em retaliação às taxas aplicadas pelos norte-americanos sobre produtos chineses.

Apoio de agricultores a Trump aumenta com a assinatura do acordo com China, mostra pesquisa Reuters/Ipsos

O apoio ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aumentou entre as famílias de agricultores norte-americanos no final do ano passado, em meio ao processo de concretização da Fase 1 do acordo comercial com a China, apontou pesquisa da Reuters/Ipsos.

Os resultados mostram que o apoio dos produtores norte-americanos ao Presidente aumentou na medida em que o seu governo buscava uma forma de terminar a guerra comercial com a China, que afetou diretamente as vendas de produtos agrícolas dos EUA.

O pacto sobre a Fase 1 do acordo comercial, anunciado em 13 de dezembro e assinado na quarta-feira, abre caminho para um aumento das exportações agrícolas para a China, embora críticos digam que o texto não conseguiu resolver diferenças econômicas estruturais.

Os cerca de 3 milhões de agricultores do país votaram em Trump nas eleições de 2016, mas sofreram mais que qualquer outro setor com a disputa com a China, iniciada em 2018 e marcada pelas tarifas retaliatórias.

Entre os participantes da pesquisa de dezembro que disseram que eles ou um membro direto da família trabalham no setor agrícola, 49% aprovavam a maneira como Trump conduz o agronegócio norte-americano, enquanto 40% reprovavam. Em setembro, a aprovação era de 43%; a desaprovação, de 45%.

Do total de 4.441 entrevistados, que inclui também pessoas que não atuam no setor, 39% disseram aprovar a forma como Trump conduz a agricultura do país, ante 36% em setembro, enquanto 41% reprovam, versus 44% na pesquisa anterior.

“Todo mundo tem a esperança de que as coisas vão se acertar e que vai acontecer um ‘boom’”, disse a participante Esin Zimmerman, 53 anos, republicana de Madison, Minnesota, se referindo ao acordo comercial. Zimmerman, cujo marido trabalha para a operadora agrícola Cargill, votou em Trump em 2016 e deseja vê-lo reeleito.

Os entrevistados de áreas agrícolas também disseram que apoiam Trump pelo baixo índice de desemprego do país, pelas máximas recordes do mercado de ações e pelas tentativas do presidente de limitar a imigração.

Cerca de 35% dos participantes disseram que o governo federal torna mais difícil o sucesso dos agricultores, contra 45% em setembro.

A pesquisa Reuters/Ipsos foi realizada entre 17 e 23 de dezembro e coletou respostas de 4.441 adultos, entre eles 374 pessoas que disseram trabalhar com agricultura, ter familiares diretos no setor ou trabalhar em negócios ligados à indústria agrícola.

Reuters

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