Produzir soja convencional tem sido lucrativo nos últimos anos, pelo menos para os agricultores do estado do Mato Grosso. De acordo com a Associação Brasileira de Grãos Não Geneticamente Modificados (Abrange), o sojicultor tem recebido de três a cinco reais, em média, por saca do produto, conforme negociações referentes à safra 2102/13. Além disso, eles não gastam com royalties geralmente pagos às empresas que investem em tecnologia de sementes transgênicas.
Segundo a entidade, a soja Não-GM tem sido exportada para países da União Europeia e da Ásia, com destaque para China, Coreia do Sul e Japão. Além do preço atrativo do mercado atual para o gênero, os sojicultores mato-grossenses também recebem, destas nações, uma espécie de incentivo, um prêmio em dinheiro que é rateado entre os elos da cadeia produtiva. A quantia extra pode ser paga na entrega da oleaginosa ou no acerto final da comercialização, dependendo da indústria com quem o produtor negocia.
Na safra 2013/14 do MT, serão colhidas aproximadamente 5,9 milhões de toneladas de soja convencional, o que significa 23% do total que deve ser produzido pelo estado no período (quase 25,3 milhões de toneladas). A intenção, conforme a Abrange, é chegar a 30% das lavouras da oleaginosa Não-GM, taxa necessária para atender à atual demanda dos maiores consumidores do grão sem transgenia. Hoje, o Brasil é o segundo maior produtor de soja do mundo e o primeiro na produção da commodity livre de transgênicos.
Os dados foram apresentados na segunda-feira, 25 de novembro, durante lançamento da quarta edição do Programa Soja Livre (PSL), no município de Sorriso (MT). O programa surgiu mediante a dificuldade dos produtores mato-grossenses em ter acesso às sementes não geneticamente modificadas, frente a uma demanda já existente por este tipo de produto em 2009.
VANTAGENS
Na avaliação do diretor executivo da Abrange, Ricardo Tatesuzi de Sousa, os resultados demostram a evolução do programa e comprovam a elevação do interesse do sojicultor. “Vemos nesta nova edição um apelo mais direto ao aspecto financeiro-econômico. A soja convencional tem uma procura maior porque, obviamente, o agricultor entendeu e viu vantagens”, avalia Sousa.
Realizado pela Associação Brasileira de Grãos Não Geneticamente Modificados, pela Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado do Mato Grosso (Aprosoja), pela Cooperativa de Desenvolvimento Agrícola (Coodeagri) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o programa foi criado com o objetivo de promover as cultivares de soja convencionais e de manter a opção de escolha do produtor, garantindo maior oferta de sementes, competitividade, regulação do mercado e a redução da dependência de uma única tecnologia.
Ainda segundo a Abrange, a intenção do PSL é chegar a 30% das lavouras, porcentagem necessária para atender a atual demanda dos maiores consumidores da oleaginosa sem transgenia, como Coreia, Japão e União Europeia, Japão e Coreia. Hoje, o Brasil é o segundo maior produtor de soja do mundo e o primeiro na produção de soja livre de transgênicos.
Por equipe SNA/RJ