Adubação orgânica controlada é alternativa para fertilizantes químicos

A adubação orgânica na fazenda, segundo estatísticas, favorece um redução de custos de 40%, em média, em relação à adubação química. Foto: Pixabay

A produção de adubo orgânico na própria fazenda pode ser uma alternativa para driblar os efeitos da atual crise no mercado de fertilizantes. O composto orgânico é rico em substâncias complexas e alimenta os organismos presentes no solo, fornecendo os nutrientes necessários.

No entanto, “a adubação orgânica de qualidade na fazenda não pode ser um ‘quebra-galho’ só porque o adubo químico está caro. A ideia é não depender de fatores externos para adubar a lavoura, não depender das oscilações do dólar e do preço dos fertilizantes”, disse o consultor e engenheiro agrônomo Antônio Teixeira, durante videoconferência organizada pela Associação Brasileira do Produtores de Leite (Abraleite).

Segundo cálculos recentes da consultoria Libertas, a adubação na fazenda permite uma redução de custo de 40%, em média, em relação à adubação química.

“Solo morto depende de um pacote pronto de insumos, degrada, é insustentável em longo prazo. Já o solo vivo é mais lucrativo, mais estável, regenera, e por seu caráter sustentável favorece os negócios. No entanto, é mais complexo, requer consultoria”, explicou Teixeira.

Vantagens

Nesse contexto, a compostagem orgânica controlada, além de utilizar material limpo e homogêneo, estimula os organismos vivos do solo (fungos, bactérias, minhocas, besouros, etc.), elimina a proliferação de plantas invasoras, fitopatógenos, nematoides, entre outros, e constitui um alimento de qualidade para a vida do solo, garantindo um resultado superior e duradouro.

“Reduzir o uso de substâncias agressivas, realizando a adubação orgânica de qualidade, o controle de pragas e doenças com agentes biológicos, a produção e manejo da biomassa e da biodiversidade e o uso correto do pó de rocha para o equilíbrio mineral do solo são fatores que podem estimular os organismos vivos”, enfatizou Teixeira.

Segundo ele, “a compostagem aumenta, a cada ano, a Capacidade de Troca Catiônica (CTC) do solo e os teores de matéria orgânica, inclusive sequestrando carbono que pode ser vendido na Bolsa”.

Já o vice-presidente da Abraleite e mediador da videoconferência, Roberto Jank Júnior, lembrou que o aproveitamento de dejetos “é uma riqueza dos produtores de leite para a redução da pegada de carbono”.

Escala

No entanto, para produzir um bom composto em larga escala, complementou Teixeira, “é preciso estrutura, ingredientes, receita equilibrada e condução profissional e adequada. Calcular as dimensões de todo o processo (química, biológica, operacional, financeira etc.) pode gerar uma boa receita”.

Ainda durante a videoconferência, Antônio Carlos Pereira Neto, um dos dirigentes do grupo Fazendas Reunidas ACP, falou sobre a experiência bem-sucedida de gestão de resíduos nas propriedades de sua família.

“Nossa meta é ser autossuficiente em adubação, importando a menor quantidade possível de insumos. Dejetos não podem ser problema, e sim solução, desde que sejam bem trabalhados”, disse.

Fonte: Abraleite
Equipe SNA
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