Adiada a implantação do corredor do milho

As fortes chuvas que caem no Paraguai atrasaram as obras de melhorias da rodovia de acesso ao porto paraguaio de Itapua e determinaram o adiamento da implantação da conexão transfronteiriça batizada de Corredor do Milho.

O início das operações estava previsto para o próximo dia 9 deste mês de fevereiro e, agora foi adiado em 30 dias, data a ser confirmada pelos três países envolvidos: Brasil, Argentina e Paraguai.

A conexão transfronteiriça, também conhecida como a Nova Rota do Milho, surgiu, em 2016, no Núcleo Estadual de Integração da Faixa de Fronteira de Santa Catarina, iniciativa do governo catarinense, do Sebrae/SC e das entidades ligadas ao agronegócio.

O projeto consiste em buscar no Paraguai o milho para abastecer a imensa cadeia produtiva da avicultura e da suinocultura industrial catarinense.

Dois aspectos tornam essa iniciativa importante e prioritária: a primeira é que Santa Catarina tem um déficit anual de três milhões e toneladas de milho, matéria-prima que precisa ser importada para suprir as necessidades da agroindústria da carne.

O segundo aspecto é que a nova rota encurtará em pelo menos 1.500 quilômetros a distância entre a região consumidora (oeste catarinense) e a região fornecedora, no Paraguai.

Santa Catarina é o maior importador de milho do país e, atualmente, adquire a maior parte do grão em Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul, distantes 2.000 quilômetros.

Com a implantação do Corredor do Milho, o produto será adquirido nos departamentos de Itapua e Alto Paraná (Paraguai), passará pelo porto paraguaio de Carlos Antonio Lopez, atravessará o rio Paraná em balsas, entrará em território argentino pelo porto de Sete de Agosto e seguirá até a divisa com o Brasil, sendo internalizado pelo porto seco de Dionísio Cerqueira.

Articulações

Muitas ações, articulações e contatos foram desenvolvidos nos últimos dois anos para viabilizar o corredor, relata um dos primeiros apoiadores do projeto, o coordenador regional Oeste do Sebrae, Enio Alberto Parmeggiani.

A primeira etapa conquistada foi a autorização da concessão da entrada do produto paraguaio pela Argentina, que já está consolidada. Todas as licenças e autorizações dos governos envolvidos já foram emitidas. O Paraguai, inclusive, acaba de autorizar a circulação em suas rodovias de caminhões bi-trem, de maior tonelagem.

Ainda serão necessárias obras de infraestrutura como a implantação de pontes, rodovias e melhoria dos serviços de suporte nas passagens entre os países envolvidos, aspectos que são vinculados a acordos de cooperação.

Parmeggiani realçou que o corredor viabilizará o crescimento do agronegócio e que o processo desencadeado tem etapas para seu aperfeiçoamento e fluidez. Outro desafio é a simplificação dos processos relativos à participação dos pequenos negócios na composição deste novo cenário econômico do território.

Participam das tratativas para a viabilização institucional e econômica do Corredor do Milho o Fórum de Competitividade e Desenvolvimento para o Oeste de SC, Bloco dos Prefeitos do Mercosul (Bripam), Associações dos Municípios do Oeste de Santa Catarina, cooperativa Fecoagro, Assembleia Legislativa, Agências de Desenvolvimento Regional com apoio técnico do Sebrae/SC, entre outros parceiros.

 

 

Fonte: MB Comunicação

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