Abrafrutas defende condições de trabalho de safristas no Nordeste

Diante das críticas apontadas por estudo da Oxfam Brasil em relação às condições oferecidas aos trabalhadores que atuam na colheita de frutas do Vale do São Francisco e do Rio Grande do Norte, a Associação brasileira dos Produtores Exportadores de frutas e derivados (Abrafrutas) saiu em defesa dos grandes produtores de frutas.

Em entrevista ao Valor, Luiz Roberto Barcelos, presidente da Abrafrutas, afirmou que os trabalhadores da fruticultura estão respaldados por uma série de certificações nacionais e internacionais que garantem sua segurança e bem-estar. Segundo o presidente, a certificação Global Gap é a principal delas. “Nós, produtores, temos a maior segurança que fazemos o melhor para nosso funcionário”.

Para o representante da Abrafrutas, o retrato pintado pela Oxfam de que os safristas, trabalhadores temporários, sofrem com baixos salários e pobreza na região, não é verdadeiro. “Esse não é o reflexo da maioria das pessoas que trabalham com fruticultura”, disse.

Publicado na semana passada, o relatório da Oxfam apontou que os trabalhadores que atuam nas cadeias de melão, uva e manga no Nordeste estão entre os 20% mais pobres da população economicamente ativa brasileira. Além disso, a organização relatou que, durante suas visitas, notou falta de sanitários, refeitórios e risco de contaminação dos safristas por agrotóxico.

O presidente da Abrafrutas, que também é produtor de melão, negou veementemente os apontamentos do estudo e disse ainda que os produtores da região são fiscalizados rotineiramente por entidades internacionais e brasileiras, como o próprio Ministério do Trabalho.

Em nota, a Abrafrutas informou que o salário mensal de um safrista é de R$ 1.020,00 por mês e que mesmo os trabalhadores temporários são registrados em regime de contratação CLT.

Ao todo, o setor de fruticultura foi responsável por gerar cinco milhões de empregos gerados em 2016, segundo a última estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar dos contrapontos, o presidente da Abrafrutas afirmou que concorda com o estudo da Oxfam no que diz respeito à falta de preocupação social dos grandes supermercados.

 

Valor Econômico

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