Divulgados os números finais do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços, por meio da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) e compilados pela Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), os resultados das exportações brasileiras de carne bovina processada e in natura no mês de outubro não foram os esperados, e o setor corre o risco de exportar menos que em 2015.
Foi o quarto mês de queda consecutiva nas vendas ao exterior (julho -6%, agosto -3%, setembro -2% e outubro -22%). No resultado acumulado do ano ainda há um pequeno aumento de 3% nas exportações por quantidade, com vendas de 1.145 milhão de toneladas até outubro em 2016, se comparadas ao mesmo período de 2015, quando se exportou 1.110 milhão de toneladas.
Nas receitas em dólar, no entanto, os preços também apresentaram queda neste ano, e eles já estão 6% abaixo das de 2015: US$ 4.492 bilhões contra US$ 4.754 bilhões. Para a Abrafrigo, nos últimos meses passou a ocorrer uma forte diminuição da atratividade das exportações do agronegócio do país. Segundo o Cepea, a queda contínua dos preços em dólares no correr de 2016, somada à valorização da moeda nacional, provocou diminuição de 18% na atratividade de vendas ao exterior. O resultado desta combinação de fatores foi uma queda de 8% da receita agregada.
Se a meta do setor era de pelo menos superar a comercialização de 2015, ela corre sério risco caso esta tendência se mantenha. Em 2014 o Brasil exportou 1.545 milhão de toneladas de carne bovina e obteve uma receita recorde de US$ 7.1 bilhões. Em 2015 as vendas recuaram para 1.361 milhão de toneladas, com queda de 12%, e as receitas diminuíram para US$ 5.7 bilhões (queda de 19%).
O que ainda mantém as expectativas do setor um pouco acima do pessimismo são as aquisições chinesas, que representaram 37,3% das exportações do país de janeiro a outubro, e que foram realizadas pela cidade estado de Hong Kong e da China Continental. No total, as importações daquele país alcançaram a 375 mil toneladas em 2016, com receita de US$ 1.4 bilhão.
O Egito também elevou suas aquisições em 2,5%, passando de 165.150 toneladas em 2015 para 169.263 toneladas em 2016. Outra boa notícia veio da Arábia Saudita, que em 2015 não comprou nada do produto brasileiro e em 2016 já importou 24.249 toneladas. As maiores quedas de importações foram as da Rússia, que diminuíram de 157.540 toneladas em 2015 para 116.897 toneladas (-25%), no mesmo período de 2016, e as da Venezuela, que baixaram de 78.449 toneladas em 2015 para 20.959 toneladas em 2016 (- 73%).
Fonte: Abrafrigo