Abipecs: Brasil já exportou carne suína para 69 países em 2013

Custos com despesas portuárias e de frete são mais altos e retiram boa parte da competitividade brasileira’, afirma Rui Vargas (Abipecs) sobre a exportação de carne suína

 

Ao comemorar 15 anos em outubro, a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) destaca que, a partir da sua criação, o Brasil passou a ocupar o quarto posto no ranking mundial dos exportadores de carne suína, ficando atrás dos Estados Unidos, União Europeia (27 países) e Canadá.

Presidente da entidade, Rui Eduardo Saldanha Vargas lembra que em 1988, quando a Abipecs foi criada, 95% das exportações brasileiras eram concentradas na Argentina, em Hong Kong e no Uruguai. “Hoje os dez principais destinos para a carne suína do Brasil, entre eles Rússia, Hong Kong, Ucrânia Angola, Cingapura e Uruguai, representam 81% das nossas exportações. Até agosto de 2013 já exportamos para 69 países”, diz Vargas.

Ao longo destes anos houve também a diversificação dos cortes suínos, segundo o presidente da associação. Ele cita que, em 1988, o Brasil exportava basicamente carcaça e atualmente as exportações abrangem cortes variados e miúdos, categorias que respondem por 85% das exportações.

De acordo com a entidade, naquele mesmo ano, o país exportou 81.565 toneladas de a suína; já em 2012 foram embarcadas 581.477 toneladas, o que significou um aumento superior a 600%. Levando em conta a produção, em 1988 somaram 2,49 milhões de toneladas; no ano passado foram 3,89 milhões de toneladas de carne suína, registrando alta de 40,2%.

Vargas comenta que não tem sido tarefa fácil para o Brasil se manter na quarta posição como exportador, isto porque a indústria de carne suína perdeu competitividade nos últimos anos. Segundo ele, a participação da mão de obra no custo da produção está muito semelhante à dos países concorrentes. “Os custos de logística são bem mais elevados que os dos Estados Unidos, nosso principal concorrente e, também, o preço de produzir no campo se aproxima ao do norte-americano. Os custos com despesas portuárias e de frete são mais altos e retiram boa parte da competitividade brasileira.”

De acordo com Vargas, “a meta de exportação de 600 mil toneladas em 2013 deve ficar mais difícil de ser atingida, considerando que a estimativa de exportação mensal, nos próximos três meses, é em média de 50 mil toneladas”. Em setembro, as exportações caíram em volume e receita, na comparação com setembro do ano passado. O Brasil exportou 45.996 toneladas e contabilizou receita de US$ 123,65 milhões, o que representou retração de 23,90% em volume e 21,56% em valor. O preço médio, porém, aumentou 3,07% (US$ 2.688 a tonelada).

“Os números repercutiram o cenário atual em relação à redução dos abates, que já ocorrem há dois meses, reação dos preços, consumo interno, e dificuldades de logística nos portos durante uma semana, em setembro”, ressalta o presidente da Abipecs. “Este conjunto de fatores determinou a queda das exportações no mês. Mas não devemos desconsiderar que setembro também é o mês de negociações de preços e volumes para os principais mercados do Brasil, especialmente para as vendas do final do ano”, completa.

Vargas acentua que um dos principais desafios da Abipecs, no momento, será conseguir que a Coreia do Sul, México e União Europeia comprem a carne suína brasileira. “As negociações já estão em andamento”, afirma. Ele ainda destacou que nos próximos 15 anos, levando em conta o fortalecimento dos atuais mercados, a principal missão da entidade será liderar a transformação política e estratégica da cadeia produtiva, tornando-a uma referência mundial.

 

Por Equipe SNA/SP

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