Um novo recorde na produção de soja na safra 2015/2016 é a previsão da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). A entidade projeta uma produção de 97.8 milhões de toneladas de soja, 3 milhões a mais do que o volume estimado para a safra deste ano. A projeção da Abiove poderá ser ultrapassada e a produção chegar a 100 milhões de toneladas, dependendo das condições meteorológicas.
As novas projeções para o complexo soja, divulgadas hoje e disponíveis no site da Abiove – www.abiove.org.br, são acompanhadas dos dados estatísticos mensais de agosto. A amostragem de janeiro a julho representa entre 81% a 85% do setor, enquanto a de agosto, entre 77% a 81%. (Para ver os dados, por favor, vá até a home page e clique em Últimas Estatísticas).
Apesar de ter ocorrido uma queda significativa dos preços internacionais (Bolsa de Chicago) nos últimos 12 meses, o aumento na área, e consequentemente da produção da oleaginosa, explica-se pela desvalorização do real frente à moeda norte-americana, que elevou a remuneração dos sojicultores no mercado interno.
Os preços, em setembro, foram mais altos do que em setembro de 2014, oscilando em torno de R$ 80,00 a saca de 60 Kg contra R$ 60,00 há um ano.
Além disso, a demanda externa continua firme, principalmente com sinais de que a China prossegue, sem grandes alterações, importando a matéria-prima brasileira.
De acordo com a Abiove, a produtividade se manterá estável, em torno de 3.000 Kg de soja por hectare.
Dificuldades tributárias para agregar valor
A Abiove revisou para cima a projeção de exportações de soja em grão: dos estimados 52.40 milhões de toneladas para 52.80 milhões de toneladas na safra 2015/2016. Quanto ao processamento, houve um pequeno ajuste: de 40.10 milhões de toneladas para 40 milhões de toneladas.
O Brasil continua com muita dificuldade em capturar a agregação de valor e gerar emprego no País, em razão do desequilíbrio tributário da indústria, caracterizado por acúmulo de créditos tributários. Em função do aumento da produção, o estoque final está projetado em 4.39 milhões de toneladas, segundo a Abiove, na comparação com 2.09 milhões de toneladas em 2015.
Projeções para o farelo
Quanto ao farelo proteico, a projeção da Abiove é de uma produção de 30.30 milhões de toneladas, leve oscilação para baixo em relação a estimativa feita para 2015, de 30,40 milhões de toneladas. As exportações de farelo deverão declinar de 15.20 milhões de toneladas para 14.80 milhões de toneladas. O estoque final permanecerá inalterado, em torno de 1.22 milhão de toneladas. O consumo doméstico está previsto em 15.50 milhões de toneladas contra 15.10 milhões de toneladas, conforme estimativa feita para 2015.
Óleo: produção, consumo, exportação
A Abiove não prevê alteração na produção de óleo, que deverá se manter em 7.95 milhões de toneladas na safra 2015/2016. A associação projeta em 6.60 milhões de toneladas o consumo doméstico, volume igual ao previsto para 2015. A exportação de óleo deverá passar de 1.35 milhão de toneladas para 1.37 milhão de toneladas. O estoque final está projetado em 378.000 toneladas, mantendo-se inalterado na previsão da Abiove para a safra 2015/2016.
Fonte: Assessoria de Comunicação/Abiove