O Brasil deverá produzir 109.5 milhões de toneladas de soja em 2018, estimou nesta terça-feira a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). A entidade elevou sua previsão em relação às 108.8 milhões de toneladas do relatório divulgado em novembro.
Nas últimas semanas, consultorias e entidades do setor vêm reajustando para cima os seus números de colheita, face as condições climáticas favoráveis para o desenvolvimento da oleaginosa no Brasil, maior exportador global da commodity.
Mais cedo nesta terça-feira, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) também já havia elevado sua estimativa para a produção de soja da safra 2017/18.
A Abiove manteve a sua estimativa de processamento da soja em 2018 em um recorde de 43 milhões de toneladas (estável em relação à estimativa de novembro), com estoques finais de 4.5 milhões de toneladas, contra 5.6 milhões de toneladas na previsão anterior.
A exportação da soja em 2018 foi mantida pela Abiove em 65 milhões de toneladas, mas a associação elevou o número deste ano para um recorde de 67.8 milhões de toneladas, de 66 milhões de toneladas na estimativa de novembro.
Segundo o secretário-geral da Abiove, Fábio Trigueirinho, as exportações do Brasil foram atípicas no final de 2017, o que levou a vendas ainda maiores que as previstas para o ano, devido à safra histórica, de cerca de 114 milhões de toneladas.
“O que foi diferente é o tamanho da produção. Trabalhamos 12 meses, esticamos um pouco mais…”, disse Trigueirinho durante apresentação das estimativas em São Paulo. Ele acrescentou que o Brasil, com a safra recorde deste ano, ficou mais competitivo nos últimos meses de 2017, em um período marcado pelas vendas dos Estados Unidos.
Isso ajudou o Brasil a avançar no mercado da China, maior importador global, que comprou 52 milhões de toneladas de soja brasileira em 2017 – volume que equivale a mais da metade das importações chinesas.
Segundo a Abiove, a exportação de soja em grão neste ano deverá gerar uma receita de US$ 25.4 bilhões e em 2018, de US$ 24 bilhões. Considerando todo o complexo (grão, farelo e óleo), os embarques deverão render US$ 31.5 bilhões este ano e US$ 30 bilhões em 2018.
Fonte: Reuters