Responsável pela classificação e por atestar a qualidade do algodão baiano, o Centro de Análise de Fibras da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) atingiu a marca de um milhão de análises na safra 2016/2017.
A partir da colheita do algodão, no início de junho, os produtores começaram a encaminhar as amostras para a sede do Centro, em Luís Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia, para serem classificadas e separadas conforme características essenciais para o uso do setor têxtil como comprimento, resistência, uniformidade, reflectância da fibra, dentre outras.
Um dos maiores laboratórios de classificação da América Latina, o Centro da Abapa foi modernizado em 2013/2014, aumentando a capacidade instalada para analisar 18 mil amostras de algodão por dia, com entregas dos resultados em 24 horas.
O gerente do Centro de Análises de Fibras da Abapa, Sérgio Brentano, explica que a classificação é essencial para especificar a qualidade, amparando a decisão para onde e para quem a fibra será comercializada. “Em relação ao produtor, o trabalho de classificação é o que vai determinar se um lote de algodão será comercializado para uma indústria que fabrica uma camisa com texturas mais ou menos finas, calças jeans, roupa de cama ou usos menos nobres como tapetes, estofados ou pano de chão”, explica.
No período de pico das classificações desta safra, chegaram a ser realizadas até 12 mil análises por dia, operando em dois turnos. A previsão é que sejam analisadas até o final do ciclo desta safra, em novembro, cerca de 1.200 amostras de algodão.
Um dos principais produtores de algodão da Bahia, o Grupo Mizote encaminhou cerca de 20 mil amostras para análise, cada uma representando um fardo de 17 arrobas de algodão, que será comercializado no mercado internacional para países como Bélgica e Paquistão.
“O trabalho da Abapa é fundamental para nós produtores que podemos garantir a qualidade do nosso algodão para o mercado, conquistando a cada safra o reconhecimento dos compradores que valorizam o nosso produto até mesmo no mercado internacional”, explica o agricultor Paulo Mizote, que cultiva algodão há 20 anos. A principal unidade fica localizada no município de São Desidério (BA).
Graças ao equipamento chamado de HVI (High Volume Instruments, da sigla em inglês), a Abapa possui um dos dois centros na Bahia com condições para analisar as características intrínsecas da fibra: comprimento, alongamento, resistência, uniformidade, reflectância, amarelamento, maturidade, grau da folha e índice de fiabilidade.
O segundo é particular e fica localizado na unidade da Kuhlmann, no distrito de Roda Velha, em São Desidério. As unidades também realizam as classificações extrínsecas, por meio de classificação visual, baseadas nas caixas de algodão padrão, utilizadas como referências mundiais.
Referência
Em dezembro de 2016, o Centro da Abapa passou a integrar uma rede de 14 laboratórios de certificação de algodão espalhados pelo Brasil, coordenados pelo Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA), inaugurado em dezembro de 2016, em Brasília.
Em setembro deste ano, técnicos do CBRA realizaram visita técnica no Centro de Análise de Fibras da Abapa com o objetivo de acompanhar os procedimentos operacionais e administrativos, comparando-os com os parâmetros do programa de qualidade Standard Brasil HVI (SBRHVI), desenvolvido pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). A cada 200 amostras, uma é rechecada pelo CBRA para garantir o controle de qualidade do Centro de Análises da Abapa.
“Com os equipamentos HVI, instalados pelos agricultores associados por meio da Abapa, cumprimos o que é recomendado por mercados mais exigentes, sendo também um parâmetro para melhorar cada vez a qualidade da fibra, que já é uma referência de qualidade dentro e fora do Brasil, agregando cada vez mais valor ao algodão e a rentabilidade do produtor baiano”, disse o presidente da Abapa, Júlio Cézar Busato.
O Centro de Análise de Fibras da entidade ficou ranqueado entre os dez melhores do mundo, nas quatro últimas rodadas de testes realizadas pela Padronização Comercial dos Instrumentos de Testes de Algodão (CSITC).
Fonte: Agrolink