A safra 2017/18 na visão da maior cooperativa da América Latina

A maior cooperativa da América Latina, a Coamo, de Campo Mourão, já está de olho na colheita da safra do início do ano. Diferente de algumas análises do mercado, o presidente da cooperativa, José Aroldo Galassini, destaca: “Esperamos uma grande safra novamente, sem contratempos do clima”.

Galassini reconhece que houve leve atraso no plantio da nova safra por conta da seca de setembro, mas espera um ano normal. Ele afirma que alguns cooperados já iniciaram as vendas. “Não é um percentual muito grande”, diz o presidente.

A Coamo estima que até a segunda quinzena de dezembro, 10% dos cooperados (o que engloba produtores do Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina) fizeram venda antecipada.

Soja

A estiagem que prolongou o cultivo da soja, e fez com que o Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral) estendesse a autorização de período de plantio no estado, pode ter algum impacto na segunda safra de milho, na avaliação de Galassini.

Ele comenta que na safra de verão, em razão dos preços baixos, já houve forte redução de milho e que o cultivo posterior da soja exige atenção dos produtores na segunda safra.

“A perspectiva de prolongamento do ciclo da soja, plantada um pouco mais tarde, pode prejudicar o milho (da segunda safra) por causa de alguma geada eventual de maio, junho e julho, antes da colheita. Isso seria uma preocupação”.

A expectativa é que em janeiro os cooperados voltem a comprar insumos para o plantio da safrinha, que acontece após a colheita da soja.

Estoque

Com expectativa de safra cheia, o presidente da Coamo confessa que a cooperativa está preocupada em como sustentar a estocagem dos grãos.

No entanto, uma estratégia já foi adotada: a meta de vender 15.000 toneladas de grãos por dia dos produtos que ainda estão em estoque. “E isso está sendo atingido”, disse Galassini. “Foram vendidos bons volumes de milho e soja”, completa.

A supersafra 2016/17 obrigou a cooperativa a estocar cerca de dez milhões de sacas de 60 quilos em silo bags e bolsas plásticas de tamanhos variados que permitem armazenar os grãos entre seis meses e um ano. Se for preciso, a estratégia pode ser repetida.

“Talvez seja preciso fazer algo em silo bags, porque o ciclo da planta no Mato Grosso do Sul está perfeito. Choveu bem e fala-se que nunca houve uma safra tão bonita como agora. Aqui (no Paraná) também não está mal”, afirmou Galassini.

Ao todo, a cooperativa investiu 50 hectares somente de silo bags na safra anterior, o equivalente a 123 campos de futebol.

 

Fonte: Gazeta do Povo

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