A primeira extração de azeite de oliva extravirgem no Brasil completa dez anos em 2018 e esse marco, bem como os avanços obtidos pela cultura na região da Serra da Mantiqueira, ganhará destaque durante o 13º Dia de Campo de Olivicultura.
O encontro será realizado pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), no município de Maria da Fé (MG), no próximo dia 23 de março, a partir das 7h30.
Desde a década de 1970, a Epamig desenvolve, no Campo Experimental de Maria da Fé, diversas pesquisas para a adaptação de cultivares de oliveira, produção de azeitonas e de azeite.
Graças a esse trabalho é que foi possível fazer a primeira extração, operada com máquina artesanal, que resultou em cerca de 40 litros de azeite de oliva extravirgem do País, no ano de 2008.
De lá para cá os resultados foram bem positivos. Só no ano passado, por exemplo, foram produzidos algo em torno de 42 mil litros de azeite extravirgem. Hoje, a perspectiva é a de que esse número dobre na safra atual.
SERRA DA MANTIQUEIRA
Cerca de 40 marcas de azeites são produzidas na região da Serra da Mantiqueira, que abrange municípios de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.
“De 2008 até agora, a principal mudança que notamos foi no interesse dos produtores. Naquela época, haviam três ou quatro produtores se dedicando à cultura. Hoje, são cerca de 160, aqui, na região e alguns municípios do Espírito Santo”, informa Luiz Fernando de Oliveira, coordenador do Programa Estadual de Pesquisa em Olivicultura da Epamig.
INVESTIMENTOS DOS OLIVICULTORES
Os olivicultores da Serra da Mantiqueira também têm investido em lagares próprios (espaços para a extração). Juntos, eles somam 18, conforme números fornecidos pela Associação dos Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira (Assoolive) à Epamig.
Oliveira também destaca o avanço nas tecnologias para a obtenção de um produto de qualidade.
“Hoje, nós temos uma experiência muito maior tanto no processo quanto no conhecimento desse azeite, que é produzido em nossa região. Produzimos um azeite fresco, com cheiro e aroma frutado, que chega ao consumidor em um intervalo curto, após sua extração, e com características sensoriais de amargo e picância distintas em relação às de outras regiões produtoras”, garante o gestor da instituição mineira de pesquisa agropecuária.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS E GASTRONÔMICAS
Durante o Dia de Campo, no município de Maria da Fé (MG), os participantes poderão acompanhar cinco palestras, que vão destacar os dez anos da primeira extração e os avanços alcançados, além da qualidade do azeite, da comercialização, do plantio e tratos culturais, e do associativismo na olivicultura.
Simultaneamente, ocorrerá a 3ª Mostra Tecnológica, em um espaço dedicado à exposição de maquinários e implementos agrícolas para uso na olivicultura.
“Neste ano, nosso grande foco é a comemoração dos dez anos da primeira extração (de azeite extravirgem). Por isso, convidamos os produtores da região para exporem os azeites deles. Teremos também estandes com produtos derivados, sabonetes, cosméticos, chocolates e artesanatos com a madeira da oliveira”, adianta Pedro Moura, pesquisador da Epamig.
GASTRONOMIA
Outra novidade será a oficina de gastronomia “Cozinhando com o Chef”, que contará com a participação do chef Ronie Peterson, do Hotel Senac Grogotó em Barbacena (MG).
Na ocasião, ele irá preparar receitas usando o azeite extravirgem da Epamig. A oficina, destinada a um total de 80 pessoas, será realizada paralelamente às demais atividades do Dia de Campo. As inscrições são gratuitas.
SERVIÇO
13º Dia de Campo de Olivicultura
Data: 23 de março (sexta-feira)
Horário: 7h30 (inscrições gratuitas no local)
Local: Campo Experimental da Epamig em Maria da Fé – Rua Washington Alvarenga Viglioni, s/nº, Bairro Vargedo
Informações: pelo telefone 35 3662-1227 ou pelo e-mail cemf.evento@epamig.br
Fonte: Epamig com edição d’A Lavoura