Muito além dos pratos sofisticados, o escargot, ou melhor, o muco que ele libera – secreção glicoproteica – possui uma série de propriedades terapêuticas. Umas das referências na pesquisa sobre o tema no Brasil, a geneticista Maria de Fátima Martins explica como o muco pode ser utilizado de diversas formas, seja na indústria farmacêutica, e também na produção de cosméticos.
“O uso terapêutico do muco do escargot é muito amplo, devido às suas propriedades farmacológicas, se destacando o efeito cicatrizante do muco, que está sendo utilizado para estudos da formulação de pomadas”, conta a pesquisadora, em reportagem publicada na edição nº 706 da Revista A Lavoura.
Ela explica que a secreção liberada em abundância pelo animal é rica em alantoína, que possui alta capacidade de regeneração de células da pele, podendo ser aplicada tanto na produção de medicamentos cicatrizantes, como em cosméticos que retardam o envelhecimento.
Maria de Fátima Martins explica que o muco ainda não é viável comercialmente. Mas acredita que, por ser um produto natural, os efeitos colaterais sejam mais brandos e os custos em relação aos cicatrizantes convencionais podem ser mais econômicos.
USO COMERCIAL
No Brasil pode ser uma novidade, mas em outros países a utilização do muco já foi registrada pela indústria chilena, que comercializa shampoos e cremes, como a elicina, à base de alantoína, colágeno, elastina e ácido glicólico, que é usado para tratar rugas, manchas na pele, estrias, cicatrizes e verrugas.
O Japão também desenvolve aplicações medicinais com as substâncias retiradas do molusco. Um centro de estética japonês garante que “este é o novo segredo para a eterna juventude: deixar caracóis vivos rastejar pelo rosto, deixando aquela gosminha por onde passa”.
“Na Europa, existe até um xarope indicado para bronquite e outras complicações pulmonares”, acrescenta a pesquisadora.
Dentre os caracóis pesquisados, o muco de Achatinafulica, mais conhecido como caramujo africano gigante, foi o que apresentou melhor resultado como reparador de lesões de pele, com a comprovação da sua ação antibacteriana, relacionada à presença da proteína mucina.
Continue lendo a reportagem completa (nas páginas 19 e 20 da edição nº 706), sem custo algum, clicando aqui!
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Fonte: Revista A Lavoura – Edição nº 706/2014