O café da Serra da Mantiqueira de Minas Gerais é resultado da integração de fatores, como o clima extremamente frio, chuvoso no verão e seco no período de maturação dos frutos e durante a colheita, altitudes elevadas – variando entre 1.100 e 1.500 metros –, qualidade da água e solo característico da região.Produzido em áreas montanhosas, que impedem a mecanização da lavoura, o café fino da Mantiqueira é de altíssima qualidade, reconhecido em concursos internacionais. É o que publicou a Revista A Lavoura na edição nº 705, páginas 44 a 49.
Apesar da suscetibilidade a geadas, o cultivo do café na região data de meados de 1800, mas sua expansão ocorreu entre 1913 e 1925. Porém, foi a partir de 1996 que a tecnologia cafeeira regional foi aprimorada, com a introdução de novas cultivares – de ciclo precoces, médios e tardios – e a adequação e modernização da infraestrutura pós-colheita, como lavadores, separadores e descascadores do café cereja.
IMPORTÂNCIA ECONÔMICA
Ao unir tradição e modernidade, os produtores se diferenciam por colher grãos de alta qualidade, em safras consistentes que garantem o fornecimento. A atividade, exercida em 59 mil hectares por cerca de oito mil produtores (82% de origem familiar), gera 1,25 milhão de sacas de café por ano e 150 mil empregos diretos e indiretos.
Espera-se, com a Indicação de Procedência (IP), obtida em maio 2011, uma remuneração 20% superior para o produtor, além de outros valores ao produto, como a garantia da adoção de práticas sustentáveis.
SÓ MINAS GERAIS
Apesar de a Serra da Mantiqueira reunir municípios em três Estados (Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro), esta Indicação Geográfica (IG) considera apenas a produção dos municípios mineiros: Baependi, Brasópolis, Cachoeira de Minas, Cambuquira, Campanha, Carmo de Minas, Caxambu, Conceição das Pedras, Conceição do Rio Verde, Cristina, Dom Viçoso, Heliodora, Jesuânia, Lambari, Natércia, Olímpio Noronha, Paraisópolis, Pedralva, Pouso Alto, Santa Rita do Sapucaí, São Lourenço e Soledade de Minas.
REAÇÃO À CRISE
Foi a crise dos preços do café, enfrentada desde o ano 2000, que levou os produtores a buscarem alternativas de produção, não mais via aumento da escala, mas sim rumo à qualidade. Assim, a Associação dos Produtores de Café da Mantiqueira (Aprocam) iniciou os trabalhos para conquista de um diferencial: a produção de cafés de qualidade.
Uma comissão técnica foi criada com o dever de elaborar o projeto para os cafés da Serra da Mantiqueira – Face Minas Gerais, que previa a realização do trabalho em três etapas: estudo agronômico, análise sensorial dos cafés e histórico da produção regional, comprovando
a notoriedade da cultura.
Como o trabalho nas lavouras é todo manual, por impossibilidade de mecanização devido às condições topográficas, o custo da mão de obra é alto. A tendência é de aumento no custo da saca produzida, desde que remunerada, a qualidade seria a única saída para driblar a crise.
ADAPTAÇÃO
Para alcançarem esse objetivo, com clima chuvoso no verão e frio e seco durante o período de maturação dos frutos e também durante a colheita, as propriedades tiveram que se adequar às novas exigências, realizando altos investimentos na aquisição de descascadores, secadores, terreiros pavimentados/suspensos, entre outros, que também impactaram os custos de produção.
A certificação exige paciência, pois todos os requisitos da microrregião são meticulosamente analisados, já que o selo garante ao consumidor que o produto possui atributos diferenciados e tem origem.
CAFÉ DE QUALIDADE X CAFÉ COMUM
O café de qualidade diferencia-se dos cafés comuns por características tais como: qualidade superior da bebida, aspecto dos grãos, forma de colheita, tipo de preparo, novas cultivares, entre outras condicionantes.
A exigência por qualidade da bebida do café é considerada um critério consolidado para se atingir os mercados que melhor remuneram o produto. A demanda por cafés especiais no mundo cresce em proporções muito maiores do que os cafés comuns.
OUTROS DESTAQUES DA EDIÇÃO
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Fonte: Revista A Lavoura – Edição Nº 705/2014