A Importância dos Carboidratos do Leite Humano na Saúde Infantil

Imagem de Freepik

A amamentação é capaz de fornecer benefícios extremamente importantes para a saúde do bebê, é considerado um fator de proteção que acompanhará a criança por toda a sua vida. Ajuda a prevenir
doenças, como gripes e resfriados; protege contra a diarreia, cólicas e constipação; reduz o risco de problemas respiratórios; diminui as chances de desenvolvimento de diabetes, hipertensão, colesterol alto; auxilia no desenvolvimento da fala; ajuda o recém-nascido a crescer mais forte e saudável. Além destes benefícios, o leite materno é fácil de digerir, não causa alergias e faz bem para o desenvolvimento da mente e do coração.

Assim sendo, o leite humano é considerado como o alimento padrão ouro para a nutrição infantil, pois é o único alimento que apresenta as quantidades adequadas de todos os nutrientes necessários para o crescimento e desenvolvimento do bebê, ele é composto por diversas proteínas, gorduras, carboidratos, vitaminas e anticorpos. Portanto, é muito importante que as mamães amamentem.

Destaca-se um tipo de carboidrato presente no leite materno, conhecido como oligossacarídeos do leite humano. Ele está associado com a formação e modulação da microbiota intestinal, isso significa, que
em nosso intestino existem milhares de bactérias de diferentes famílias, que exercem papeis fundamentais para o funcionamento adequado do nosso organismo, e algumas são benéficas e outras podem causar prejuízos.

Logo, é importante que exista uma formação equilibrada da microbiota intestinal para que o nosso organismo funcione corretamente, e durante o início da vida, o leite humano através dos oligossacarídeos é capaz de contribuir positivamente para a modulação da microbiota intestinal, garantindo que o bebê cresça e se desenvolva adequadamente e se torne um adulto saudável.
Os primeiros meses de vida de um bebê, seja ele nascido na hora certa ou antes do tempo, são muito importantes para o seu crescimento e desenvolvimento.

É nesse período que fatores determinantes serão estabelecidos, como a microbiota intestinal. Essas bactérias que colonizam o intestino do bebê, ajudam o sistema imune a amadurecer, se comunicam com o cérebro, auxiliam na digestão de vitaminas, como a vitamina K e do complexo B, além de ajudarem na digestão de proteínas, gorduras e até mesmo na eliminação de medicamentos e outras substâncias químicas estranhas ao organismo. A microbiota intestinal está relacionada ao crescimento infantil e tem uma função importante em auxiliar no controle do peso corporal das crianças, também se comunica com órgãos que fazem a digestão dos alimentos e reduzem o risco de desenvolvimento de Diabetes Mellitus 1.

Por isso, é possível compreender a relevância da composição adequada da “turma de bactérias” que vivem no intestino e a importância da amamentação para essa formação. Os benefícios do aleitamento materno vão além de suas propriedades nutricionais, esta prática é sustentável, favorece o
funcionamento mental e genético, e, fornecem ao bebê uma infinidade de benefícios, sendo considerado o reforço imunológico natural mais potente para a saúde infantil.

 

Por, Sara Mendes Alcova Santana, discente do 8º semestre do curso de nutrição do Centro Universitário Anhanguera de São Paulo Campus Santana, sob supervisão da Amanda Barbosa Neto nutricionista, CRN 3: 42852, mestre em ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e docente do Centro Universitário Anhanguera de São Paulo Campus Santana.
REFERÊNCIAS
ASSUNÇÃO, Mônica Lopes. et al. Compostos bioativos presentes no leite humano em função do estado nutricional materno. VII Jornada Acadêmica Profissional HUPAA. Alagoas: 2022. Disponível em:
https://www.seer.ufal.br/index.php/gepnews/article/view/13983/9874. Acesso em: 09/05/2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. Cadernos de Atenção Básica. Saúde da Criança:
aleitamento materno e alimentação complementar. Brasília, 2015. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_aleitamento_materno_ca
b23.pdf. Acesso em: 10/05/2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. Caderno de atenção básica, nº 23. Saúde da criança:
Nutrição Infantil. Brasília: 2009. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutricao_aleitamento_a
limentacao.pdf>. Acesso em: 07/05/2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde.
Departamento de Promoção da Saúde. Guia Alimentar para crianças brasileiras
menores de 2 anos. Brasília, 2019. Disponível em:
http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/guia_da_crianca_2019.pdf
Acesso em: 10/05/2023.
BOREWICZ, K.; GU, F.; SACCENTI, E.; ARTS, I. C. W. et al. Correlating Infant
Faecal Microbiota Composition and Human Milk Oligosaccharide Consumption
by Microbiota of One-Month Old Breastfed Infants. Mol Nutr Food Res, p.
e1801214. The Netherlands: 2019. Disponível em:
https://doi.org/10.1002/mnfr.201801214. Acesso em: 08/05/2023.
BOUDRY, G.; CHARTON, E.; HUERON-LURON, I; BERNARD, S. F.; GALL, S. L.;
EVEN, S.; BLAT, S. The Relationship Between Breast Milk Components and the
Infant Gut Microbiota. Frente Nutr. 2021; 8: 629740. Pub. 22 de março de 2021.
Doi: https://doi.org/10.3389%2Ffnut.2021.629740. PMCID: PMC8019723; PMID:
33829032. Acesso em: 07/05/2023.
CIDADE, Ana Paula Canuto; LOTS, Gabriela Passos; PALMA, Guilherme Henrique
Dantas. Análise entre aleitamento materno exclusivo e aleitamento artificial na
saúde da criança: uma revisão sistemática. Revista Terra & Cultura: Cadernos de
Ensino e Pesquisa, [S.l.], v. 38, n. especial, p. 7-36, ago. 2022. ISSN 2596-2809.
Disponível em: <http://periodicos.unifil.br/index.php/Revistateste/article/view/2584>.
Acesso em: 10 maio 2023.
FERRADJ, Sophian S. Efeito protetor dos probióticos do leite materno na saúde
oral infantil. 2022. 58f. Dissertação (Mestrado em Medicina Dentária). Instituto
Universitário de Ciências da Saúde, Portugal, 2022.
FERREIRA, Ana Lorena Lima. Associação entre as concentrações e a
diversificação de oligossacarídeos do leite humano e o desenvolvimento
infantil até 12 meses de vida da criança. 2020. 212f. Dissertação (Doutorado em
Ciências Nutricionais) – Instituto de Nutrição Josué de Castro, Universidade Federal
do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2020.
FIGUEIREDO, Amanda Caroline Cunha. Associação entre os oligossacarídeos
do leite humano, a microbiota intestinal e o desenvolvimento infantil: estudo
prospectivo nos primeiros doze meses de idade. 2021. 161f. Dissertação (Doutorado
em Ciências Nutricionais) – Instituto de Nutrição Josué de Castro, Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2021.
MARTINS, A. C. M. et al. Aleitamento Materno. TeleCondutas. 2020. 34f. Programa
de Pós-Graduação em Epidemiologia. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil, 2020.
OLIVEIRA, B. L. C. T. Comparação da microbiota intestinal de crianças em
aleitamento materno exclusivo e em uso de fórmulas infantis. Centro
Universitário de Brasília. Brasília, 2019. Disponível em:
https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/prefix/13470/1/21600456.pdf. Acessado
em: 06/05/2023.
ROBERTSON, R.C; MANGES, A.R; FINLAY, B.B; PRENDERGAST, A.J. The
Human Microbiome and Child Growth: First 1000 Days and Beyond. Trends
Microbiol. 2019 Feb;27(2):131-147. DOI: https://doi.org/10.1016/j.tim.2018.09.00.
Epub 2018 Oct 24. PMID: 30529020.
Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TBCA). Composição Química
(Informação Estatística): Leite, Humano, Maduro. 2023. Disponível em:
http://www.tbca.net.br/basedados/int_composicao_estatistica.php?cod_produto=C0026G. Acesso em: 02/05/2023.
WHO, World Health Organization. Effect of breastfeeding on infant and child
mortality due to infectious diseases in less developed countries: a pooled
analysis. WHO Collaborative Study Team on the Role of Breastfeeding on the
Prevention of Infant Mortality. Lancet. 2000 Feb 5;355(9202):451-5. Erratum in:
Lancet 2000 Mar 25;355(9209):1104. PMID: 10841125.
XIAO, L.; VAN DE, W. W.; STASSEN, R.; VAN MAASTRIGT, C. et al. Human milk
oligosaccharides promote immune tolerance via direct interactions with. Eur J
Immunol. The Netherlands: 2019. Doi: 10.1002/eji.201847971. Acesso em: 08/05/2023.
Equipe SNA
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp