A produção brasileira de café deve totalizar 54.74 milhões de sacas de 60 kg em 2023, correspondendo a um aumento de 7,50% em relação ao ano passado (50.92 milhões de sacas).
O bom resultado é esperado mesmo em um ano de bienalidade negativa, como mostra o 2º levantamento da cultura, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quinta-feira (18). Na primeira pesquisa da Conab, divulgada em janeiro, a produção foi estimada em 54.94 milhões de sacas, 0,40% (cerca de 200.000 sacas) maior em relação à previsão atual.
Ciclo do café depende do clima
Se a estimativa para este ano for comparada com o volume colhido na safra 2021, último ano de bienalidade negativa, o aumento é de 14,70%. A Conab indicou que o ciclo da cultura está em andamento e ainda depende do comportamento climático. A colheita é incipiente, atingindo 4,50% no fim de abril.
O Presidente da Conab, Edegar Pretto, indicou em nota que “por ser uma cultura perene, a estiagem e as geadas ocorridas em 2021 influenciaram no desempenho produtivo das lavouras de café no ano passado não permitindo que as plantas atingissem seu potencial produtivo. Como as condições climáticas em 2022 foram melhores, é possível verificar uma recuperação dessa produção, principalmente nas áreas produtoras de café arábica”.
Elevação da colheita do Arábica
A estimativa para o café arábica é que sejam colhidas 37.93 milhões de sacas, o que representa 69,30% da produção de café no País, segundo a estatal. Se confirmado, o volume representa um aumento de 15,90% em relação à safra de 2022. “Esse aumento é explicado pelo crescimento de 1,90% na área em produção da espécie, aliado ao ganho de 13,70% no rendimento das lavouras, como verificado em Minas Gerais, maior produtor de arábica”, indicou o Gerente de Acompanhamento de Safras da Conab, Fabiano Vasconcellos.
Café Conillon em queda
Já para o café Conilon, a estimativa para a atual temporada é de uma produção de 16.81 milhões de sacas, representando uma queda de 7,60% em relação à safra passada. De acordo com a Conab, o aumento esperado na colheita de Rondônia, Bahia e Mato Grosso não compensaram as perdas de produtividade estimadas no Espírito Santo, maior produtor de conilon. “Durante o desenvolvimento do grão no Estado capixaba, foram registradas condições adversas, principalmente as fases iniciais do ciclo da cultura, impactando no desempenho dos cafezais”, indicou Vasconcellos.
A produção em Minas Gerais deve totalizar 27.83 milhões de sacas, aumento de 26,70% em relação ao volume total colhido na safra anterior. O crescimento é justificado pelo aumento da área, pelo ganho na produtividade e, principalmente, pelas melhores condições das lavouras após as últimas safras, caracterizadas por clima adverso.
No Espírito Santo, principal produtor do tipo conilon, a safra está estimada em 13.650 milhões de sacas, com expectativa de redução de 18,40% na produção em relação a 2022. A causa é o longo período de estiagem, aliado às baixas temperaturas e ano de bienalidade negativa, sobretudo, no arábica. Para o café conilon, a produção está estimada em 10.575 milhões de sacas, queda de 14,40% em relação à safra anterior. Para a espécie arábica, a produção deverá ser de 3.075 milhões de sacas, 29,50% abaixo do volume colhido na safra 2022.
Aumento da área
O levantamento divulgado hoje (19) pela Conab, aponta que a área em produção total destinada à cafeicultura no País em 2023, considerando as duas espécies mais cultivadas no País (arábica e conilon), totaliza 1.87 milhão de hectares, aumento de 1,70% em relação a área da safra anterior. Já a área em formação, aquela destinada pelos produtores para a introdução de novas plantas ou ainda para realizar tratos culturais, como podas drásticas, está estimada em 375.500 hectares em formação, queda de 6% em relação ao ciclo anterior.
Fontes: Broadcast Agro e Conab