O mercado de carnes está estável, embora em níveis um pouco abaixo do esperado. Segundo José Milton Dallari, diretor da SNA, a melhora de desempenho da economia dos países desenvolvidos deve estimular as exportações e os preços. “No entanto, na minha visão, o ano de 2014 não será nada diferente de 2013 para o setor”, avalia. “Talvez, na carne bovina e suína, haja um crescimento maior que o do ano passado, em função do PIB europeu que deverá crescer na faixa de 1% a 1,5%.”
O mercado continua na expectativa de acesso da carne brasileira aos Estados Unidos. “Esta é uma questão muito complexa, apesar de estarmos trabalhando nesse sentido há mais de 20 anos”, afirma Dallari.
Segundo ele, há uma grande pressão dos produtores americanos sobre o congresso no sentido de não permitir a entrada de carne in natura brasileira. “Embora a desculpa seja sempre a aftosa, o que há, de fato, é o medo de entrarmos para valer e derrubar os preços da carne e do boi, além de conquistarmos mercados dominados pelos Estados Unidos, como Austrália, Ásia e parte da Europa”, analisa.
A Abiec (Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carnes) prevê receita recorde de US$ 8 bilhões com exportações de carne bovina em 2014 e aposta na abertura de mercados asiáticos, como Myanmar, Tailândia, Camboja e Tailândia. Em 2013, as vendas externas alcançaram US$ 6,6 bilhões, incremento de 13,9% em comparação com os US$ 5,8 bilhões do ano anterior. Em volume, a entidade estima embarques de 1,8 milhão de toneladas, ante 1,5 milhão de toneladas embarcadas em 2013, aumento 19,4% superior em relação a 2012.
As exportações de carne de frango alcançaram 3,89 milhões de toneladas em 2013, queda de 0,7% em relação ao ano anterior, segundo a União Brasileira de Avicultura (Ubabef). Já a receita, totalizou US$ 7,97 bilhões, aumento de 3,4%, na mesma comparação. Para este ano, o entidade projeta crescimento entre 2% e 2,5% sobre os volumes embarcados de 2013 em razão do aumento das exportações para a China.
DEMANDA INTERNA
De acordo com a Scot Consultoria, no mercado interno, o boi gordo iniciou o ano de 2014 com preços elevados, apesar de ajustes negativos em algumas praças, em função da retração da demanda. Em São Paulo, por exemplo, o preço de referência da arroba do boi gordo recuou para R$ R$111,00 a R$114,00. Também houve desvalorização em Campo Grande e no noroeste do Paraná.
De acordo com Dallari, o crescimento da demanda interna acompanhará a evolução do PIB brasileiro, estimada em 2%.
Equipe SNA/SP
