Leite: custo de produção tem expressiva queda

Confirmando a tendência formada nos últimos seis meses, novembro registrou uma nova e expressiva queda no custo de produção de leite. O ICPLeite/Embrapa teve uma variação negativa de 1,70%. O principal item responsável por esta queda foi a ração concentrada.

Os preços dos insumos aumentaram até abril deste ano, em parte pela incerteza da guerra entre Rússia e Ucrânia. Mas, a partir de maio registraram uma trajetória de queda e, de maio a novembro, o ICPLeite/Embrapa acumulou uma variação de -5,02%.

Contudo, como nos primeiros meses do ano ocorreu inflação de custos, de janeiro a novembro o ICPLeite/Embrapa acumulado foi positivo (1,30%). Numa comparação de 12 meses, ou seja, entre novembro de 2021 e novembro de 2022, o acumulado foi de 1,70%.

Neste momento em que os preços recebidos pelos produtores estão sinalizando queda contínua, a deflação nos custos ameniza o quadro de pressão sobre as margens financeiras aferidas pelos produtores.

O custo de produção no mês de dezembro poderá ser próximo aos praticados em janeiro de 2022, acumulando uma restrita inflação. Se confirmado, será um cenário não usual para o comportamento dos custos de produção de leite.

Variação de preços

No mês de novembro, o grupo Concentrado registrou uma variação de – 4,50%, em função da queda do preço de ração no mercado, num momento em que as chuvas começam a ser abundantes na maior parte do Brasil, reduzindo a demanda por este insumo.

O grupo Volumosos teve variação de – 0,10%, resultante da retração dos preços de adubos e defensivos no mês analisado.

Os preços do grupo Qualidade do Leite aumentaram 1,20% e o de Energia e Combustíveis subiram 0,70%. Três outros grupos de custos de produção que compõem o ICPLeite/Embrapa não registraram variação. São eles: Mão de Obra, Minerais, Sanidade e Reprodução.

Inflação

Nos 11 meses deste ano, o ICPLeite/Embrapa acumulou uma inflação de custos de 1,30%, com um comportamento da trajetória de custos ascendente até abril e descendente nos meses subsequentes.

O grupo Mão de Obra registrou variação de 17,60%, seguido pelo Minerais, que registrou uma inflação acumulada de 13,20% no período. Já o grupo Sanidade e Reprodução obteve um acumulado de 8,60%, seguido do Qualidade do Leite, com 7,70%. Os grupos que representam a alimentação apresentaram queda no acumulado de 11 meses.

Para o grupo Volumosos a variação foi de – 8,80% e para Concentrado – 1,70%. Também o grupo Energia e Combustível registrou queda de -14%, o maior percentual negativo entre os grupos que compõem o ICPLeite/Embrapa.

Acumulado

O custo de produção acumulado em 12 meses vem caindo a cada mês ao longo de 2022 e atingiu
1,70% em novembro. Em 12 meses, o grupo Mão de Obra registrou 17,60% de aumento de preços, a maior inflação dentre todos os grupos.

Os custos representados pelo grupo Minerais aumentaram 13,20%, seguido pelo Sanidade e Reprodução, com inflação anual de 9,10%. Dos sete grupos considerados no cálculo do ICPLeite/Embrapa, quatro registraram deflação anual. Energia e Combustível teve variação de – 14,30%, Volumosos – 6,80%, Concentrado – 1,30% e Qualidade do Leite de – 0,80%.

Os principais motivos para esta deflação foram a queda dos preços de insumos (petróleo e fertilizantes), que iniciaram o ano com preços inflados pelas especulações das incertezas até então reinantes quanto aos impactos da Guerra entre Rússia e Ucrânia.

A desorganização das cadeias de fornecimento mundiais também contribuiu para o resultado. Ao longo do ano, estes percalços se reduziram e o cenário ficou mais claro.

Por outro lado, internamente houve expressiva desoneração fiscal nos preços dos combustíveis e energia e os reservatórios usados pelas hidroelétricas atingiram patamares de segurança, com o retorno da tarifa referente à Bandeira Verde.

Fonte: Agrolink, com informações da Embrapa
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