A SNA tem a finalidade de promover o agronegócio brasileiro por meio de ações educacionais e difusão de conhecimentos técnicos específicos nas áreas de agricultura, criação de animais, meio ambiente, economia, direito e capacitação gerencial. Na SNA a tradição e a modernidade convivem sob a égide da qualidade. Qualidade no ensino, na divulgação, nos serviços que presta ao setor agropecuário, à comunidade e ao país.
A SNA é reconhecida pela sua tradição de qualidade no ensino, na divulgação, nos serviços que presta ao setor agropecuário. Poderia começar explicando como funciona a SNA e seu propósito?
A Sociedade Nacional de Agricultura – SNA (https://sna.agr.br) é uma entidade privada, de ensino e sem fins lucrativos. Foi fundada em 1897, e que desde a sua criação está voltada para desenvolver o agronegócio brasileiro e divulgar tecnologias para o setor, por meio de ações educacionais e difusão de conhecimentos nas áreas da agricultura, cadeia de alimentos, meio ambiente e capacitação gerencial.
Em novembro de 2022 lançamos o SNASH, SNA Startup HUB, como forma de fomentar a inovação no agro ao criar, no Rio de Janeiro, um ecossistema de inovação, com atuação nacional. Oferecemos um ambiente de coworking subsidiado com toda a infraestrutura, aceso ao network da SNA, que inclui contatos com entidades de pesquisa, produtores, cooperativas, setor público, associações etc. , com o objetivo de gerar negócios e fomentar a inovação aberta.
Há mais de 70 anos desenvolvemos ações educacionais e de difusão de conhecimento no Campus Educacional e Ambiental onde funcionam, desde 1921, na Escola Wencesláo Bello, cursos técnicos e práticos nas áreas vegetal e animal, e a partir de 1995, os cursos de graduação e gestão tecnológica da Fagram, hoje, SNA Digital, funcionando a distância e, desde 1998, o curso de graduação em Medicina Veterinária, ministrado em parceria com a Universidade Castelo Branco e autorizado pelo Ministério da Educação.
As informações referentes ao setor são difundidas pelos órgãos oficiais da SNA: a revista A Lavoura, publicada desde 1897, a mais antiga do agronegócio brasileiro, disponível em versões impressa e online, com 130.000 leitores; e a revista Animal Business, inteiramente online, publicada desde 2011, com foco na cadeia de produção animal.
Com o propósito de apoiar a agricultura orgânica e familiar, foi lançada em 2008 a rede OrganicsNet (https://www.organicsnet.com.br ). A iniciativa garante apoio a pequenas e médias empresas, produtores, agroindústrias e cooperativas de agricultores familiares de alimentos orgânicos para acesso ao mercado. O projeto é resultado do aporte recebido do BID/Fumin e do IDCR (Internacional Development Research Center/Canadá), com o apoio do Sebrae.
O Centro de Inteligência em Orgânicos (CI Orgânicos), em funcionamento desde 2011, foi também desenvolvido com o apoio do Sebrae, e contribui para o fortalecimento da cadeia produtiva de alimentos e produtos orgânicos por meio da coleta, tratamento, análise e disseminação das informações estratégicas e técnicas de produção. O conhecimento é criado à base de capacitações presenciais e a distância.
Os produtores rurais têm se conscientizado cada vez mais para utilização de biológicos juntamente com agroquímicos, o que reflete o crescimento do setor ano a ano. Referente ao mercado de biodefensivos, como a SNA enxerga o crescimento desse segmento?
A crescente oferta de soluções biológicas para uso na agricultura convencional e orgânica é uma boa noticia para os produtores, permitindo atender as exigências do mercado por uma produção agrícola mais ambientalmente sustentável. Esses produtos são eficazes, e pela inocuidade à saúde das pessoas e à produção animal, são considerados mais saudáveis. Além disso, são insumos que fortalecem o manejo integrado de pragas (MIP).
A comercialização dos insumos biológicos no varejo e nas revendas permite que os produtores tenham mais contato com esses produtos e incrementem seu conhecimento sobre os benefícios para a produção.
Para os produtores que tem interesse no uso de biodefensivos, quais seriam os primeiros passos para começar a aderir à esta tecnologia?
Assim como o uso de qualquer defensivo, os produtores devem procurar por orientação técnica, seja das empresas estaduais de extensão, empresas de ATER (assistência técnica e extensão rural) ou de agrônomos. É preciso verificar quais insumos biológicos estão disponíveis para suas necessidades específicas, quais seriam os resultados nas lavouras e o impacto na produtividade.
Ao adquirir, nas lojas cadastradas, os produtos biológicos e bioinsumos recomendados, devem ser observados fatores como qualidade da embalagem, rótulo, prazo de validade, data de fabricação e lote. Neste caso, o produtor deverá seguir o receituário agronômico.
Não são produtos inócuos. Ao realizar as aplicações, os agricultores devem utilizar equipamentos de proteção individual (EPI). Eles também precisam estar atentos ao transporte para evitar vazamentos, não acomodar os produtos junto a alimentos ou rações e verificar se as tampas estão bem fechadas. O armazenamento em espaço não inflamável precisa seguir todas as medidas de segurança que inibam vazamentos, vapores ou gases e rupturas.
Os equipamentos de pulverização deverão ser verificados para que não existam vazamentos, e sua manutenção e lavagem deverão ser efetuadas após cada utilização.
Diferente dos defensivos químicos, os defensivos biológicos são menos dependentes de importações. Sendo assim, quais os principais benefícios que o mercado terá?
Os produtos biológicos tiveram um crescimento importante nos últimos anos, mas alguns fatores impulsionaram seu uso, em maior grau, nos últimos dois anos: a pandemia responsável pela ruptura das cadeias de fornecimento e pelo incremento de preços; a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, principais fornecedores de fertilizantes brasileiros, e nossa excessiva dependência de insumos importados.
A utilização destes insumos tem se mostrado cada vez mais eficiente e eficaz no manejo de pragas e doenças, seguindo uma tendência mundial da busca pelo desenvolvimento de sistemas de produção agrícola que fazem uso de recursos mais ambientalmente sustentáveis.
O uso de produtos biológicos ganha cada vez mais espaço e atende a demanda dos consumidores por alimentos mais saudáveis e que, em seu cultivo, agridem menos ao meio ambiente.
Atualmente, novas oportunidades de mercado estão sendo abertas no Brasil, como os financiamentos “verdes” (green bonds, letras financeiras verdes, etc.) e as linhas de crédito para processos e produtos sustentáveis, que ampliam o acesso dos produtores as fontes de financiamento. Os insumos biológicos potencializam futuros ganhos do produtor, com a redução de gases de efeito estufa, por meio de créditos de carbono e acesso a mercados de carbono, em construção.
Assim como os defensivos químicos, os defensivos biológicos também apresentam pontos negativos na sua utilização. Na visão da entidade, quais são os principais desafios do uso de biodefensivos atualmente?
A produção de bioinsumos exige a adoção de um rigoroso controle de processos e de qualidade durante sua produção. Sua utilização e aplicação na lavoura requer desde cuidados na compra e no armazenamento até a aplicação correta conforme indicado.