Tendo em vista as estimativas que indicam uma nova colheita recorde de grãos nesta safra 2022/23, puxada pela recuperação da soja, o Ministério da Agricultura estima que o Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária do País alcançará R$ 1.212 trilhão no ano que vem, 3% mais que o montante previsto para este ano (R$ 1.177 trilhão), e 1% menos do que no ano passado.
Segundo as primeiras estimativas do Ministério da Agricultura para o VBP do campo em 2023, divulgadas nesta quarta-feira, as 17 lavouras cultivadas no País que fazem parte do levantamento deverão gerar um valor da produção total de R$ 856.3 bilhões, com alta de 5,40% em relação a 2022, o que deverá representar um aumento de 0,40% na comparação com 2021 e atingir R$ 812.8 bilhões.
Soja
Principal grão plantado no Brasil, a soja continuará a liderar o ranking. Para o ano que vem, o ministério estima que o VBP da oleaginosa chegará a R$ 390 bilhões, um aumento de 15% em relação a este ano. Por causa da quebra da safra 2021/22 na região Sul e em parte de Mato Grosso do Sul, o montante calculado para este ano, R$ 339.1 bilhões, representa uma queda de 11,70% em relação a 2021, a primeira retração desde 2019.
Milho
Para o milho, que neste ano está compensando boa parte da redução do VBP da soja, com aumento de 13,30%, a estimativa é de um aumento mais tímido em 2023, de 0,20%, para R$ 149.9 bilhões.
E para a cana, que completa o pódio das lavouras de maiores valores brutos da produção do País, o cenário traçado também é de leve alta no próximo ano, de 1%, para R$ 96.9 bilhões.
Altos e baixos agrícolas
Segundo o ministério, também irão registrar aumentos dos VBPs em 2023 o amendoim (15,90% para R$ 3.9 bilhões), o arroz (1,20% para R$ 16.9 bilhões), a banana (17,20% para R$ 18.1 bilhões), a batata inglesa (5,70% para R$ 11 bilhões), a mandioca (20,30% para R$ 16.9 bilhões) e a uva (21,50% para R$ 7.7 bilhões).
Em contrapartida, a Pasta estima quedas para os valores da produção de algodão (4,90% para R$ 34 bilhões), cacau (3,60% para R$ 3.1 bilhões), café (13% para R$ 50.3 bilhões), feijão (6,10% para R$ 14.2 bilhões), laranja (2,70% para R$ 16.6 bilhões), mamona (29,50% para R$ 90 milhões), tomate (18,80% para R$ 12 bilhões) e trigo (17,60% para R$ 14.7 bilhões).
Pecuária
Para as cinco principais cadeias da pecuária, o ministério estima um VBP conjunto de R$ 356.2 bilhões em 2023, com queda de 2,10% em relação ao montante estimado para este ano de R$ 363.9 bilhões, 4% menos do que em 2021. O segmento continua afetado pela alta dos custos dos grãos e pelas incertezas que rondam a economia brasileira.
Para os bovinos, o valor estimado é de R$ 140.9 bilhões, 4,70% abaixo do resultado esperado para 2022. E para os suínos o cálculo também indica uma retração no ano que vem, só que de envergadura muito maior: 71,10%, para R$ 8.3 bilhões. Mas há aumentos previstos para frango (8,10% para R$ 118.8 bilhões), leite (16,10% para R$ 67 bilhões) e ovos (7,70% para R$ 21.2 bilhões).