O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) espera que o Brasil registre exportações recordes de carnes em 2023, segundo relatório divulgado na semana passada. A estimativa é de alta de 4% nos volumes de venda carne de frango, de 1% nos de carne bovina e de 3% nos de carne suína brasileira no próximo ano.
O Brasil continuará a ser o principal exportador de carnes de frango e bovina do mundo, e o quarto maior exportador de carne suína. As vendas brasileiras de carne de frango são estimadas em 4.8 milhões de toneladas em 2023; as de carne bovina em 2.97 milhões de toneladas e as de carne suína em 1.33 milhão de toneladas.
Os surtos de casos de influenza aviária na América do Norte e Europa, o aumento nos custos de energia na Europa e as interrupções na produção da Ucrânia diminuíram as exportações e a competitividade dos preços das carnes de frango produzidas por concorrentes do Brasil.
“Esses eventos permitem ao Brasil beneficiar-se da firme demanda global, enquanto consumidores buscam proteínas animais de menor preço em um cenário de inflação dos preços de alimentos”, informou o USDA. “Além disso, o Brasil embarca uma grande variedade de produtos (incluindo aves inteiras e cortes de carne de peito) para atender a uma gama mais ampla de mercados.”
Demanda
O USDA espera uma forte demanda por produtos halal no Oriente Médio em 2023, segmento no qual o Brasil é um importante fornecedor de produtos. No segmento de carne bovina, o Brasil deverá responder por 25% das exportações globais em 2023, tendo a China como principal cliente.
A China deverá reduzir as compras do produto com o aumento na produção local, mas o Brasil continua em vantagem frente aos competidores na América do Sul: Argentina e Uruguai. Esses dois países deverão ter uma oferta apertada de animais para abate, limitando a disponibilidade de carnes para exportação, segundo o USDA.
“Além disso, o Brasil exporta apenas carne bovina desossada congelada para a China a preços mais competitivos que os da Nova Zelândia e Austrália, fazendo dos embarques brasileiros mais atrativos em um cenário de desaceleração econômica”, disse o USDA.
Outros destinos
Os embarques brasileiros de carne bovina para o Oriente Médio e o sudeste asiático também devem aumentar, enquanto as exportações indianas tendem a ficar estáveis.
Com 10% da fatia global de carne suína, o Brasil deverá registrar robustas exportações do produto para a América do Sul e sudeste asiático, incluindo Filipinas, onde casos de peste suína africana reduzem a produção.
“A China continuará a ser o principal destino do Brasil, mas as importações totais de carne suína da China devem cair devido ao aumento na oferta doméstica”, destacou o USDA.