Um novo sistema de inovação está sendo implantado na Sociedade Nacional de Agricultura (SNA). Com sede no Rio de Janeiro e alcance em todo o Brasil, o SNASH (SNA Startups Hub) é um sistema que reúne startups com foco maior no agronegócio e que tem como objetivo principal gerar parcerias e oportunidades de negócios.
O hub foi apresentado pelo diretor da SNA, Leonardo Alvarenga, durante o evento de inovação, empreendimento e tecnologia RISE 2022. “Não existe nenhum ambiente de inovação no Estado do Rio e, por outro lado, também não há integração entre os diferentes hubs do País. São questões que queremos resolver”.
Alvarenga destacou que o SNASH será uma base de apoio para auxiliar as startups a crescerem em vendas, gerarem negócios e se consolidarem no mercado nacional e global. “Queremos captar investimentos, fomentar pesquisa e inovação e resolver entraves legais e regulatórios para que as startups possam se desenvolver”, disse.
Suporte
Os empreendedores do hub terão à disposição, na SNA, uma estrutura física com salas de reunião, auditório, ambientes com acesso à Internet, entre outros espaços. Eles também contarão com o suporte das conexões de networking criadas pela SNA, que inclui desde grandes empresas e produtores do agro a cooperativas, pesquisadores e órgãos governamentais.
O hub vai oferecer ainda programas de aceleração e serviços de mentoria e consultoria com especialistas do agro. Na área de divulgação, as startups terão o apoio de agências de marketing e dos canais de comunicação da SNA. A instituição será responsável pelo financiamento dos projetos, mas também irá estabelecer fundos de investimentos para terceiros, além de consolidar parcerias com outros fundos.
Inovação aberta
A chefe de Inovação do Veirano Advogados, Gabriela Palhares, reforçou a importância da integração entre os hubs. “Criar um ambiente de inovação nada mais é que reunir pessoas interessadas em um mesmo lugar para discutir e viabilizar projetos, mas ao mesmo tempo criando caminhos para que as interações aconteçam”.
A especialista também chamou a atenção para a necessidade de direcionamento das startups no contexto da inovação aberta. “É importante que as empresas, principalmente do ramo industrial, possam utilizar as inovações para criar novos mercados e negócios, e não só para produzir algo que o mercado já conhece”.
Gabriela disse ainda que “as startups que conseguem ajudar a grande indústria também movimentam seus próprios negócios, em muitos segmentos distintos” e lembrou que, atualmente, várias indústrias estão conectadas ao agro. “Dentro do caminho da inovação, o agro também pode ser contemplado longe das lavouras, por meio de networking, capital financeiro e humano, entre outros recursos”, finalizou.
Papel relevante
Lucas Koren, head de Produtos da IMBR Agro, startup focada no gerenciamento do risco rural, também ressaltou a importância dos hubs de inovação. “Eles têm um papel relevante, que nos auxiliam com infraestrutura e programas de aceleração, nos colocando em um caminho de captação de investimentos”.
Segundo Koren, uma startup, para alcançar bom desempenho, precisa de estrutura, operacionalização e investimentos. “Em um ambiente de troca com outras startups, é fundamental fomentar a inovação e ter a ‘ponte’ necessária para entrar nas operações de uma empresa”.
Cofundador da Já Entendi Agro, Maurício Ribeiro destacou o papel das startups no desenvolvimento de soluções tecnológicas junto a empresas, com posterior acompanhamento e elaboração de planos de melhoria e expansão de projetos.
A Já Entendi Agro desenvolveu um aplicativo de educação online e offline direcionado ao setor rural, e trabalha com ferramentas de gamificação, realidade virtual e metaverso para incentivar os agricultores.