Algodão: Brasil ocupa os primeiros lugares em produção e exportação no mundo

Cotonicultura, safra
Algodão: produção em crescimento que se destaca pela qualidade.

O Brasil é o segundo maior exportador de algodão do mundo e há dois anos voltou a se posicionar entre os maiores produtores globais da commodity, ocupando o quinto lugar, ao lado de países como Índia, Estados Unidos, China e Paquistão.

Mesmo com a estimativa de alto custo para a próxima safra, do excesso de chuvas no início da semeadura na Bahia e no Mato Grosso (que foram responsáveis por 91% da produção nacional da safra 2021/22), e da demora para o término das precipitações nesses estados, a produção de algodão continua a crescer e a se valorizar em nível global.

Os dados sobre a cotonicultura brasileira foram divulgados durante o XIV Encontro Técnico do Algodão, realizado pela Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT) e Senar-MT, com apoio da Associação Matogrossense dos Produtores de Algodão (Ampa).

Para Hélio Sirimarco, vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) e membro da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e Derivados do Ministério da Agricultura, o incremento da produção tem sido favorecido pelo aumento de área e das tecnologias para o combate às pragas, e também pelo desenvolvimento de novas cultivares.

Melhoramento genético

“A Embrapa, por exemplo, realiza pesquisas para o melhoramento genético, com o objetivo de obter materiais mais resistentes a doenças, que tenham alta produtividade e com aumento na percentagem de fibra. Realiza também experimentos relacionados ao sistema de manejo de doenças e manejo de pragas”, destacou o vice-presidente da SNA.

Por meio de melhoramento genético convencional, a Embrapa lançou cultivares de algodão colorido, marrom, verde, safira e rubi, que atualmente são cultivados por pequenos produtores (agricultura familiar) principalmente na região Nordeste. Essas cultivares reduzem os custos de produção para a indústria têxtil e o lançamento de efluentes químicos e tóxicos, por dispensarem o uso de corantes.

Interesse crescente

Julio Busato, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), que participou do Encontro Técnico do Algodão, em Mato Grosso, afirmou que o algodão brasileiro está atraindo cada vez mais o interesse de outros países.

“Estivemos em reunião em Dubai com empresas do Paquistão, visitamos indústrias na Turquia, Indonésia, Tailândia e Bangladesh e em todos os lugares ouvimos a mesma coisa: que o algodão brasileiro tem melhorado de qualidade nos últimos cinco anos e que querem comprar mais algodão do Brasil, cada vez mais”.

Confiança

Também presente ao evento, Marcelo Duarte, diretor de Relações Internacionais da Abrapa, disse que a meta atual é fortalecer a confiança de outros países a respeito do o algodão brasileiro, para que o produto possa ser vendido com um pequeno diferencial de preço no mercado, podendo até mesmo se igualar ao padrão americano.

Oportunidades

Segundo analistas do setor, o Brasil tem a oportunidade de ampliar sua participação nesse mercado diante dos frequentes problemas climáticos enfrentados pelos Estados Unidos, que é o segundo maior produtor mundial de algodão, atrás da Índia.

Outro aspecto considerado pelos especialistas é a importância da segurança alimentar na China. Nesse sentido, caso haja necessidade, o país pode diminuir a área de plantio de algodão em favor da produção de milho, e isso também representa uma oportunidade para que o Brasil amplie seu mercado.

Fontes: Canal Rural/ Embrapa/ CompreRural
Equipe SNA
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