Fava Neves: “Bioinsumos são o futuro do agronegócio brasileiro”

Inseto para o controle biológico de pragas: a utilização de agentes naturais deverá predominar no mercado de bioinsumos até 2030. Foto: Depositphotos

O Brasil é líder mundial em bioinsumos e recordista na quantidade de registro de produtos do gênero. Na safra 2020/21, a comercialização de insumos biológicos movimentou R$ 1.7 bilhão no País, o que significou um aumento de 37% na comparação com o ciclo anterior, informou o estudo anual da Spark Inteligência Estratégica. Segundo a agência, o mercado de bioinsumos no Brasil têm crescido de 35% a 40% ao ano.

“A produção agropecuária brasileira está vivenciando a chamada ‘Terceira Onda da Agricultura Tropical’, com o uso de insumos biológicos, que representam o futuro do agronegócio brasileiro”, destacou Marcos Fava Neves, diretor técnico da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA).

No contexto global, estimativa da Research and Markets indica que o setor de bioinsumos alcançará um faturamento de US$ 18.5 bilhões de dólares até 2026, com crescimento de 74%. Por outro lado, a empresa de pesquisas mostra que o segmento de insumos químicos deverá registrar, no mesmo período, um aumento de apenas 3,7%.

Já as projeções da consultoria Blink Projetos, em parceria com a CropLife, indicam que o mercado de insumos biológicos irá triplicar até 2030, sob a liderança dos agentes de controle biológico de pragas.

Gestão de custos

“Além de atender a necessidade de crescimento sustentável do agro brasileiro para aumentar a produção e preservar o meio ambiente, os bioinsumos são a alternativa para controlar os elevados custos na agricultura”, disse o diretor da SNA.

“O produtor consegue substituir alguns produtos, reduz a dependência das importações, aumenta a produtividade e tem um pouco mais de margem. É o empoderamento do agro brasileiro”, destacou o especialista, lembrando que grandes empresas já atuam nesse mercado e que multinacionais começam a ingressar fortemente no setor.

Vantagens

Ainda segundo o diretor da SNA, a utilização de bioinsumos favorece a recuperação de pastagens degradadas, permitindo a abertura de mais áreas para produção; complementa o processo de controle de pragas e doenças e oferece menores danos econômicos e ambientais.

Além disso, completou Fava, “na medida em que trazem melhorias nos processos fisiológicos e biológicos do ambiente, os biosinsumos contribuem para a regeneração dos sistemas produtivos, ou seja, podem ser inseridos no âmbito global da agricultura regenerativa”.

Iniciativas

Considerando a importância dos bioinsumos como tecnologias a serem empregadas no campo, o governo brasileiro criou em 2020 o Programa Nacional de Bioinsumos (PNB), que tem por objetivo estruturar o desenvolvimento e a regularização de produtos de origem biológica, assim como ampliar a oferta, o acesso e incentivar a adoção e uso correto desses produtos.

No âmbito legislativo, o Projeto de Lei 3668, de 2021, em tramitação no Senado Federal, deverá normatizar questões relativas à produção, registro, comercialização, fiscalização, pesquisa e incentivos na produção de bioinsumos para a agricultura.

Fontes: Doutor Agro/Mapa/Agência Senado
Equipe SNA
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