A queda de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB), na passagem do segundo para o terceiro trimestre, descontados os efeitos sazonais, foi puxada pela agropecuária, sob a ótica da produção. A afirmação é de Rebeca Palis, gerente da coordenação de contas nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A agropecuária caiu 3,5% no terceiro trimestre frente ao período imediatamente anterior, na série dessazonalizada; é o pior resultado desde o primeiro trimestre de 2012 frente ao último de 2011, quando o recuo do setor foi de 2,7%. A atividade tem peso de 5,3% no PIB.
“O recuo da agropecuária ocorreu em função da saída da soja da safra. Esse grão tem um peso muito grande na agropecuária e contribuiu, com seu forte crescimento, para expansão do setor no primeiro semestre. A safra da soja fica muito concentrada nos seis primeiros meses do ano”, afirmou ela, destacando que, na ótica da produção, a agropecuária é a atividade que mais cresce no ano.
No acumulado do ano até setembro, a agropecuária cresceu 8,1%. No primeiro semestre, a alta foi de 12,3%.
Também na ótica da produção, na passagem do segundo para o terceiro trimestre, feitos os ajustes sazonais, a indústria e os serviços cresceram 0,1% cada.
“Os dois setores tiveram um crescimento muito pequeno”, disse Rebeca.
Sob a ótica da demanda, os investimentos foram o destaque negativo. A formação bruta de capital fixo caiu 2,2% no terceiro trimestre frente ao período imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais.
“O resultado dos investimentos puxaram para baixo o resultado do PIB, na ótica da demanda, nesse terceiro trimestre. No entanto, no acumulado do ano, os investimentos crescem 6,5%”, disse a economista.
Foi o pior trimestre para os investimentos desde o três primeiros meses de 2012, quando o indicador teve queda de 2,7%.
“É preciso ressaltar que, na ponta, os investimentos estão em desaceleração, mas esse indicador cresce nos acumulados e na comparação interanual. É preciso avaliar todas essas variáveis. O que preocupa é quando todas elas estão negativas”, disse o coordenador de contas nacionais do IBGE, Roberto Olinto.
Fonte: Valor Econômico