Os produtores de café deverão colher este ano a terceira maior safra do grão da história. A produção estimada é de 55.7 milhões de sacas de 60 quilos que, caso confirmada, representa um aumento de 16,80% em comparação com a safra 2021 (47.72 milhões de sacas). O aumento já era esperado por causa da temporada anterior ser de bienalidade negativa para a cultura. O resultado só não é melhor que os desempenhos registrados nos anos de 2020 e 2018, as duas últimas safras de bienalidade positiva, informa a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que divulgou hoje a primeira estimativa para a safra 2022 de café.
Segundo a estatal, a queda na produção neste ano, quando comparada com 2020, é reflexo das condições climáticas adversas registradas principalmente entre os meses de julho e agosto em 2021. A estiagem e as geadas ocorridas com maior intensidade nos Estados de Minas Gerais, São Paulo e Paraná, provocando impacto nas condições fisiológicas dos cafezais.
A produtividade média nacional prevista é de 30,6 sacas por hectare, número 16,10% maior em relação à safra anterior. Em virtude de intempéries climáticas como estiagem e geadas ocorridas em algumas regiões produtoras de destaque de produção, a cultura não alcançará o potencial produtivo esperado. Ainda assim, a produção para esta variedade de café deverá ser aumentada em 23,40% em relação à safra anterior, sendo estimada em 38.7 milhões sacas.
Já para o robusta (conilon), a estimativa é de um novo recorde com a colheita podendo chegar próxima a 17 milhões sacas. O aumento de 4,10% em relação à safra anterior combina o aumento da área plantada estimada em 3%, passando de 375.200 para 389.100 hectares, e uma ligeira melhora na produtividade de 0,40%, saindo de 43,4 sacas colhidas por hectare cultivado para 43,6 sacas por hectare.
Segundo o levantamento da Conab, a área destinada à cafeicultura, quando consideradas as duas variedades, totaliza 2.23 milhões de hectares, representando um aumento de 1,70% em relação ao ciclo anterior. Considerando apenas as lavouras em produção, o índice fica próximo da estabilidade e soma 1.824 milhão de hectares, em relação ao período anterior.
Em contrapartida, a área de formação deverá ter um aumento de 6,40%, totalizando 416.700 hectares. Se compararmos com 2020, último ano de bienalidade positiva, o aumento para as áreas que não registram produção atinge 50%. “Esse elevado aumento da área em formação mostra os efeitos das condições climáticas adversas registradas no ano passado. A estiagem e as baixas temperaturas exigiram um manejo de poda mais intenso, conduzindo uma área significativa de café para produção somente na safra 2023 ou 2024”, informou em nota o Diretor de Política Agrícola e Informações da Companhia, Sergio De Zen.
A primeira estimativa para a temporada 2022 em Minas Gerais, que responde por quase metade da safra nacional, é de produção na ordem de 26.997 milhões sacas de café beneficiado, sendo a grande maioria do tipo arábica. Essa estimativa representa um aumento de 21,90% em comparação com o total colhido na temporada passada.
No Espírito Santo, maior produtor nacional de robusta, a safra total deve totalizar 15.85 milhões de sacas. Desse total, 11.6 milhões de sacas são de robusta (+ 3,40% em relação à 2020) e 4.25 milhões de sacas de arábica (+ 44,30% em relação ao ano passado).