A quarta estimativa da safra 2021/22, divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta terça-feira, aponta para um crescimento na produção de grãos em relação à temporada 2020/21.
Segundo o levantamento, o Brasil deve produzir um volume total de 284.4 milhões de toneladas, um aumento de 12,50% ou 32 milhões de toneladas. O destaque ficou por conta da soja, com aumento de área plantada de 3,80%, e para a safra do trigo, que foi encerrada com recorde de produção.
Com um aumento de 3,80% na área e produção estimada de 140.5 milhões de toneladas, a soja mantém o País como o maior produtor mundial da oleaginosa. “A liderança do Brasil na agricultura mostra os avanços conquistados na produção brasileira de grãos”, ressalta o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro.
“Além da versatilidade dos produtores, que estão cada vez mais estruturados a partir de informações de inteligência agrícola da Companhia, outros ganhos são resultado da organização e da parceria de instituições públicas e privadas para o desenvolvimento tecnológico da agropecuária nacional.”
Milho e trigo
Atualmente, a produção total de milho, considerando a primeira, segunda e terceira safras, está estimada em 112.9 milhões de toneladas. No caso do trigo, a safra 2021 foi concluída e o volume total de produção é de 7.7 milhões de toneladas.
O resultado final ficou acima do obtido na temporada passada, mesmo com as adversidades climáticas, com períodos prolongados de estiagem e a incidência de geadas registradas em parte do ciclo, que reduziram o potencial produtivo. No entanto, o bom incremento de área plantada, visualizado neste ano, favoreceu o desempenho da cultura.
Algodão
Outras culturas também apresentaram bons números, como o algodão, que registrou aumento de 12,50% na área a ser plantada, em um total de 1.5 milhão de hectares, e com a produção de pluma estimada em 2.7 milhões de toneladas.
Arroz e feijão
Já o arroz teve redução de 0,70% na área a ser plantada devido ao cenário mercadológico e produção prevista de 11.38 milhões de toneladas.
O feijão primeira safra seguiu a tendência e teve redução de 2% na área a ser plantada e volume 988.400 toneladas. Já a produção total de feijão no país, somando as três safras, está estimada em 3.08 milhões de toneladas.
Áreas
Em dezembro, com a finalização do plantio da maioria das culturas de primeira safra, a estimativa da área total a ser cultivada no País em 2021/22 é de 72.1 milhões de hectares, um aumento de 4,50% em relação a safra anterior.
Nesse contexto, estão incluídas as culturas de segunda safra, com os plantios entre janeiro e abril, e as culturas de terceira safra, entre abril e junho.
Para o cálculo das estimativas de produção das culturas de segunda e terceira safras do ciclo 2021/22, foram utilizadas metodologias estatísticas específicas, uma vez que ainda há indefinições sobre a área a ser cultivada, assim como a produtividade das culturas.
As áreas destinadas às culturas de segunda e terceira safras serão atualizadas ao longo dos próximos levantamentos.
Clima
Com relação ao clima, o mês de dezembro fechou o ano de 2021 com grandes volumes de chuva, chegando a ultrapassar a média em diversas regiões do Brasil.
“No norte de Minas Gerais e no sul da Bahia, onde esse quadro foi mais extenso, o total de chuvas foi o maior das séries históricas de dezembro, especialmente nas localidades de Lençóis, Ilhéus e Caravelas”, disse o gerente de Acompanhamento de Safras, Rafael Fogaça.
“No Centro-Oeste, as condições atmosféricas foram favoráveis, mas no Sul a chuva registrada não foi suficiente para atingir a média em grande parte da região, o que prejudicou a produção no estado.”
Mercado externo
No âmbito do mercado externo, os destaques são para o algodão em pluma, que fechou o ano com exportações acima de dois milhões de toneladas pelo segundo ano consecutivo, um volume 58% acima da média dos últimos cinco anos. Já para a soja em grãos, o Brasil exportou 86.1 milhões de toneladas, superando o recorde registrado no ano de 2018.
Neste levantamento, a Conab também aumentou a estimativa de exportações de algodão para o próximo ano em 2,50%, estimando que seja alcançado um volume de 2.05 milhões de toneladas, enquanto que para soja a estimativa é de novo recorde, com exportações previstas em 89 milhões de toneladas.
Para o milho, a expectativa é fechar a safra 2020/21, no acumulado de fevereiro a janeiro, em 20.5 milhões de toneladas exportadas, contra 19.2 milhões de toneladas no último levantamento. Com isso, a previsão é que o ano-safra de milho feche com estoques finais de 8.8 milhões de toneladas.
Para a safra 2021/22, diante do aumento da produção e de uma moeda doméstica desvalorizada, a Conab estima que 36.7 milhões de toneladas serão exportadas.
Por outro lado, para a mesma safra, a Companhia espera que o estoque final deverá ser de 9.6 milhões de toneladas, volume 8,70% superior ao esperado para a safra 2020/21, porém, menor do que o último levantamento, considerando a redução da primeira safra de milho no ciclo 2021/22 divulgado neste levantamento.
Importação
Além disso, a Conab elevou a sua estimativa de importação de milho para 3.2 milhões de toneladas da safra 2020/21, e para 1.3 milhão de toneladas na safra 2021/22, devido ao maior volume em desembaraço aduaneiro nos portos e a necessidade de abastecimento nacional, com a possibilidade da produção de milho durante a primeira safra de 2021/22 inferior ao esperado.
Estoques de passagem
Quanto ao trigo, houve redução da estimativa de safra em relação ao último levantamento. A previsão é que os estoques de passagem fechem o ano em 280.000 toneladas, volume superior ao que foi observado na safra 2020/21, porém, com redução em relação ao último levantamento, quando se previa a finalização do ano-safra com 410.000 toneladas de estoques de passagem.
Preços
Em relação aos preços dos produtos nas principais praças, em dezembro, na comparação com novembro, houve redução de 4,50% nas cotações do arroz no Rio Grande do Sul; diminuição de 4,90% no preço do feijão cores de São Paulo; elevação de 2,10% no feijão preto do Paraná; redução de 5% no preço do milho em Mato Grosso e alta de 5% no trigo do Paraná; elevação de 0,50% no preço da soja em Mato Grosso e de 2,50% no Paraná, e ainda a elevação de 4,80% nos preços do algodão em MT.
Acesse aqui informações completas do 4º Levantamento da Safra de Grãos 2021/2022.
Fonte: Conab
Equipe SNA