Índice de preços globais de alimentos da FAO atinge máxima desde junho de 2011

O índice de preços globais de alimentos da Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) subiu pelo quarto mês consecutivo e atingiu 134,40 pontos em novembro, o nível mais elevado desde junho de 2011. Em relação a outubro, a alta foi de 1,60 ponto (1,20%), e na comparação com novembro de 2020 houve avanço de 28,80 pontos (27,30%).

O resultado foi determinado sobretudo pelo comportamento das cotações nos segmentos de cereais e lácteos. O açúcar também subiu, enquanto carnes e óleos vegetais registraram leves quedas em relação a outubro.

Os cereais tiveram alta média de 4,30 pontos na comparação mensal, para 141,50 pontos. A forte demanda em meio à oferta restrita, especialmente de produto de alta qualidade nos principais países exportadores, continuou a sustentar os preços do trigo, pelo quinto mês seguido, e nesse mercado as cotações alcançaram máxima desde maio de 2011.

Já o milho registrou valorização modesta, em meio à aceleração das vendas da Argentina, do Brasil e da Ucrânia e à pressão sazonal de oferta que limitou os preços de exportação dos EUA. O arroz permaneceu estável.

Lácteos e açúcar

No grupo dos lácteos, a elevação média em novembro foi de 4,10 pontos (3,40%) em relação a outubro, puxada por manteiga e leite em pó. Esses produtos subiram acentuadamente pelo terceiro mês consecutivo, em decorrência da oferta reduzida. A demanda firme foi responsável pela valorização do queijo.

O indicador do açúcar atingiu 120,70 pontos em novembro, um aumento de 1,60 pontos (1,40%) que anulou a maior parte do declínio do mês anterior. A recuperação das cotações internacionais foi motivada principalmente pela alta do etanol, que estimulou usinas no Brasil a ampliarem a produção do biocombustível em detrimento do açúcar.

“A pressão altista, porém, foi limitada pelos grandes embarques da Índia e pelas perspectivas positivas para as exportações de açúcar da Tailândia”, informou a FAO.

Carnes

No segmento de carnes foi observada a quarta queda mensal seguida, para 109,80 pontos em novembro, 1 ponto (0,90 %) a menos que em outubro. As cotações internacionais da carne suína caíram pelo quinto mês, pressionadas pela redução das compras da China.

Os preços de ovinos caíram de forma expressiva, com o aumento da oferta de exportação, principalmente da Austrália, e as carnes bovina e de frango permaneceram estáveis, segundo a FAO.

Óleos vegetais

Por fim, a agência da ONU informou que o índice dos óleos vegetais atingiu a média de 184,60 pontos em novembro, com queda de 0,30 ponto (0,20%) em relação ao recorde do mês anterior.

“A ligeira retração refletiu valores um pouco mais baixos para os óleos de soja e canola, enquanto as cotações do óleo de palma continuaram praticamente inalteradas”.

 

 

Fonte: Valor

Equipe SNA

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