Indicadores Cepea: arroz, café e algodão

Arroz: indicador tem leve queda e plantio começa no Rio Grande do Sul

Os preços internos do arroz em casca vêm oscilando, ora pressionados pela flexibilidade de alguns orizicultores e pela menor procura, ora sustentados pela firmeza de outros vendedores quanto aos preços pedidos. Mas, de modo geral, as quedas prevalecem.

Do lado da demanda, segundo colaboradores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), compradores ainda estão resistentes em pagar os preços pedidos, alegando dificuldades no repasse dos custos.

Para os setores atacadistas e varejistas, tem pesado a pressão do consumidor final. Com isso, parte das beneficiadoras tenta adquirir a matéria-prima a preços menores.

Assim, entre os dias 21 e 28 de setembro, o Indicador Esalq/Senar-RS do arroz 58% grãos inteiros (média ponderada e pagamento à vista) recuou 0,70%, para R$ 74,31/saca de 50 kg nessa terça-feira (28/9).

No campo, o plantio da nova safra (2021/22) começou de forma pontual no Rio Grande do Sul, enquanto em Santa Catarina a semeadura está mais adiantada, passando de 50% da área. Ainda há incertezas quanto ao tamanho da safra nacional, com previsões diferentes dentre os órgãos oficiais.

 

Café: acima de R$ 820,00/saca, indicador do robusta registra novo recorde nominal

As cotações domésticas do café robusta vêm avançando com certa força no mercado brasileiro, com o Indicador Cepea/Esalq do tipo 6 peneira 13 acima operando, desde o dia 24, na casa dos R$ 800/saca de 60 kg, máxima nominal da série histórica do Cepea, iniciada em 2001.

Nessa terça-feira, o indicador fechou a R$ 822,58/saca, com alta de R$ 40,47 por saca (ou 5,20%) em relação ao dia 21 de setembro e de expressivos R$ 131,57 a saca (ou 19%) na parcial deste mês.

Segundo colaboradores do Cepea, o impulso é proveniente da maior procura interna, da retração de vendedores e das valorizações do dólar e dos futuros da variedade.

Em termos reais, os atuais preços se aproximam do recorde, que é de R$ 911,10/saca, registrado em 11 de novembro de 2016 (IGP-DI de agosto de 2021).

Para o arábica, as cotações domésticas também foram impulsionadas por ganhos externos e do dólar nos últimos dias.

Ainda que negócios tenham sido realizados, vendedores seguem negociando apenas poucos lotes no spot nacional, receosos quanto ao desenvolvimento da temporada 2022/23, assim como para o robusta, o que reforça a sustentação dos preços.

Nessa terça-feira, o Indicador Cepea/Esalq do arábica tipo 6 fechou a R$ 1.146,61/saca, com alta de R$ 83,21 por saca (ou +7,80%) em relação à terça-feira anterior (21/9).

 

Algodão: disputa por preço limita negócios no Brasil

Mesmo diante do aumento da oferta de algodão no mercado interno, as negociações envolvendo a pluma estão mais lentas, devido à disparidade entre os preços pedidos e os ofertados.

Segundo colaboradores do Cepea, enquanto produtores se afastam do mercado spot ou buscam realizar negócios a preços maiores (atentos às recentes valorizações externas), compradores estão resistentes em aceitar os reajustes, justificando dificuldades em repassar novos custos aos seus manufaturados.

Nessa terça-feira, o Indicador Cepea/Esalq, com pagamento em oito dias, fechou a R$ 5,3346/lp, com alta de 2,80% em sete dias, mas com ligeira queda de 0,36% na parcial de setembro. Apesar disso, a média da parcial do mês, de R$ 5,2885/lp, ainda é a maior, em termos nominais, de toda a série histórica.

 

 

Fonte: Cepea

Equipe SNA

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp