Com tecnologia e inovação, cooperativas e empresas do agro estão se preocupando cada vez mais em aumentar sua presença em todas as etapas que envolvem a cadeia de valor dos produtores, da preparação da terra à comercialização. Para isso, especialistas defendem a adoção de estratégias precisas.
“É necessário saber em qual segmento, na jornada do produtor, é possível implementar melhorarias, compartilhando uma parte dessa cadeia com empresas que trazem tecnologia e facilitam a vida desse produtor, economizando tempo e esforços”, afirmou Leandro Guissoni, professor da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (EAESP/FGV). “Quando o produtor toma essa decisão de mudança, ele passa a disputar mercado”, disse o especialista.
Para reforçar essa tendência, o Sistema OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) lançou a segunda rodada do programa InovaCoop/Conexão com Startups, focada nas cooperativas agropecuárias. O objetivo é descobrir quais os principais desafios que essas cooperativas enfrentam para crescer e encontrar soluções junto às startups.
“Cooperativas precisam estar inseridas nessas conectividades e compartilhamentos (com outras empresas). É hora de pensar como criar disrupturas e ganhar modernidade”, ressaltou Márcio Lopes de Freitas, presidente do Sistema OCB e titular da Academia Nacional de Agricultura, ao participar de um recente webinar sobre digitalização no agro, ao lado de Guissoni, do diretor técnico da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Marcos Fava Neves, e do diretor e e-commerce da Natura, Murillo Boccia.
Com a iniciativa, a OCB pretende contribuir com o desenvolvimento da cultura da inovação no setor, consolidando iniciativas de sucesso e promovendo oportunidades.
Transparência e valores
“O digital traz a transparência”, destacou o professor da FGV. “As empresas que se ajustarem melhor no digital mais cedo, vão conseguir se especializar e integrar processos. De todos os canais do agro, as cooperativas tem um potencial disruptivo extremamente forte. Diante disso, as empresas devem olhar mais para os cooperados a fim de identificar lacunas e necessidades e entregar soluções de modo preciso.”
“Fluxos digitalizados podem gerar valores”, disse Boccia, acrescentando que a criação de novas ferramentas digitais para consultores, por exemplo, abre novas oportunidades para os consumidores e gera ganhos de produtividade.
Etapas
Para o diretor da SNA, a transformação digital no agro e no cooperativismo facilita processos e cria oportunidades. “O caminho para a digitalização envolve algumas etapas, e a primeira delas é a mudança de mentalidade do produtor e da cooperativa para a agricultura de metro quadrado.”
Posteriormente, completou Fava, “com o diagnóstico de dados técnicos sobre a atividade produtiva, o levantamento e análise de casos existentes para formação de opinião, a busca por empresas de consultoria em digitalização dispostas a colaborar, e um balanço de pontos favoráveis e desfavoráveis, é possível implementar processos eficientes de gestão digital.”
Acesse aqui mais informações sobre o programa InovaCoop da OCB.
Faça o download gratuito do livro Ferramentas para o Futuro do Agro.
Fontes: OCB/Doutor Agro