Soja: com o sojicultor atento ao cenário externo, liquidez cai no Brasil
Os sojicultores brasileiros estão cautelosos nas negociações no mercado spot, com expectativa de que a demanda internacional seja redirecionada ao País nas próximas semanas.
Isso porque os embarques norte-americanos podem ser menores neste mês, devido ao Furacão Ida, que atingiu os Estados Unidos na semana passada e causou danos à infraestrutura do principal canal de escoamento de grãos do país (Costa do Golfo de Mississipi).
Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), esse cenário aumentou a disparidade entre os preços pedidos por compradores e ofertados pelos vendedores no Brasil, resultando em dias de baixa liquidez.
Além disso, parte dos sojicultores domésticos indica preferência em guardar o remanescente da safra 2020/21, para comercializar no último trimestre, em detrimento de vender no spot. Alguns produtores, inclusive, sinalizam a intenção de guardar um volume para comercializar na entrada da temporada 2021/22.
Milho: oferta aumenta no mercado spot e preços continuam caindo
Com a maior parte dos compradores internos afastados do mercado e com os produtores avançando com a colheita, o volume de milho disponível no mercado spot nacional vem aumentando.
Assim, segundo colaboradores do Cepea, alguns compradores que precisavam recompor estoques aproveitaram para negociar o cereal nos últimos dias, mas, de modo geral, a liquidez permaneceu baixa.
Neste contexto, o Indicador Esalq/BM&FBovespa (região de Campinas – SP) caiu 3,70% entre os dias 27 de agosto e 3 de setembro, fechando a R$ 92,26/saca de 60 kg na sexta-feira (3/9), o menor nível desde o dia 2 de julho. Apenas no Sul do País é que os preços registraram uma ligeira alta, em função da baixa disponibilidade.
Cepea