O Boletim Logístico, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), aponta que em maio o mercado de fretes registrou desaquecimento, mantendo tendência de queda já verificada no mês de abril. A baixa no mês anterior teve motivação pelo período de entressafra em abril, no que se refere à colheita e logística.
A desaceleração no mercado de fretes e no volume de embarques aconteceu com a diminuição no fluxo da soja, em algumas localidades, onde os contratos já foram cumpridos e os agentes esperam a colheita da safra de milho no Mato Grosso.
De modo geral, existe um fluxo relevante e contínuo para as rotas com origem no Mato Grosso, o que mantém os preços mais elevados que o mesmo de período de maio do ano passado.
Rotas com origem em Rio Verde (GO) tiveram variação negativa mais significativa do que as rotas do Mato Grosso. Isto deve-se ao fato do volume de movimentação de soja pelo Estado de Goiás ser menor que o do Mato Grosso e, portanto, a diminuição da demanda para transporte da oleaginosa foi mais rápida.
A expectativa é de que somente em julho as cotações dos fretes tendem a aumentar, em função da colheita do milho segunda safra. De Rio Verde para o porto de Paranaguá (PR) a queda foi de 19%, passando de R$ 225,00 a tonelada para R$ 182,00, e para Santos houve recuo de 2%, de R$ 212,00 a tonelada para R$ 208,00.
O volume de soja exportada, de janeiro a maio de 2021 (46.5 milhões de toneladas), foi quase o mesmo volume do embarcado em 2020 (46.05 milhões de toneladas).
Arco Norte
Contudo, a participação percentual dos portos do Arco Norte registrou um aumento de 2,30%, sendo o complexo o segundo caminho de maior importância no Brasil para exportação da oleaginosa, tomando espaço, sobretudo, dos portos do Sul do país.
Em termos absolutos, os portos do Arco Norte movimentaram cerca de 15.1 milhões de toneladas de soja em 2021, contra 13.9 milhões de toneladas em 2020. Santos ainda se mantém como a principal rota de exportação de soja, com 15.9 milhões de toneladas embarcadas de janeiro a maio de 2021.
O Mato Grosso, principal produtor e exportador de soja do país, movimentou cerca de 8.7 milhões de toneladas para o Arco Norte, contra 6.7 milhões de toneladas para Santos, evidenciando cada vez mais a importância das rotas que direcionam a movimentação de cargas para estes portos, na dinâmica de produção e comercialização de grãos do principal estado produtor do País.
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