Os títulos verdes, utilizados para financiar projetos, ativos e atividades de agricultura sustentável no Brasil, respondem por 84% do mercado de dívida sustentável brasileira, com um total acumulado de US$ 9 bilhões, emitidos até fevereiro de 2021.
Em seguida, estão os títulos sustentáveis com US$ 1.6 bilhão, representando 15% do volume total. E, por último, os títulos sociais, com US$ 111 milhões equivalente a 1% do mercado.
A avaliação faz parte do relatório Análise do Mercado de Financiamento Sustentável da Agricultura no Brasil, da Climate Bonds Initiative, divulgado nesta terça-feira (leia aqui).
Segundo o relatório, energias renováveis e uso da terra continuam sendo as duas categorias mais financiadas no Brasil, com 45% e 27%, respectivamente, do volume de emissões verdes.
Na categoria ‘Uso da Terra’, os setores florestal, de bioenergia, de agricultura, pecuária, indústria de alimentos e instituições financeiras foram os que geraram emissões nos últimos anos no País.
Empresas
O documento mostra ainda que, desde 2015, empresas do setor de agricultura emitiram US$ 4.4 bilhões em títulos verdes. Se considerarmos o rótulo sustentável, esse valor aumenta para US$ 5.1 bilhões.
Indo além dos rótulos de destinação de recursos, os vinculados à sustentabilidade e de transição, há mais US$ 4 bilhões emitidos por empresas ligadas ao agronegócio (agricultura, florestas e bioenergia).
Destaque no estudo, empresas de agricultura emitiram cinco títulos verdes, totalizando US$ 848 milhões.
De acordo com o plano “Destravando o Potencial de Investimentos Verdes para Agricultura no Brasil”, lançado em setembro de 2020, o potencial de investimento para a agricultura no Brasil atinge US$ 163 bilhões (R$ 692 bilhões de reais) até 2030.
Potencial
Leisa Souza, head na América Latina da Climate Bonds Initiative, indicou em comunicado que “o mercado brasileiro de títulos sustentáveis tem se expandido consideravelmente nos últimos anos e que o setor agrícola tem um enorme potencial para posicionar o Brasil como líder em emissões rotuladas.”
“Sabemos que o País tem escala para suprir a crescente demanda de investidores nacionais e internacionais. Também estamos trabalhando no desenvolvimento de um Framework de Transição para agricultura e a pecuária. Ao definir uma rota de transição, o Brasil pode expandir ainda mais seu pipeline de projetos relacionados à agricultura”, destacou Leisa.
Fonte: Broadcast Agro
Equipe SNA