Exportações de soja do Brasil em março registram recorde para o mês

Os embarques de soja do Brasil, totalizaram 13.5 milhões de toneladas em março, um recorde para o mês ao superar a máxima histórica de 10.85 milhões de toneladas registrada no mesmo período de 2020, mostraram dados do governo federal nesta quinta-feira.

Após atrasos na colheita da safra 2020/21 e chuvas excessivas entre janeiro e fevereiro, produtores conseguiram acelerar os trabalhos ao longo do mês passado, contando com um clima mais favorável.

Outro destaque vai para o minério de ferro, cujos embarques alcançaram 28.42 milhões em março contra 21.21 milhões de toneladas um ano antes, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

As exportações de soja do Brasil em abril têm um potencial de superar o mesmo mês do ano passado, quando o País registrou uma máxima histórica de embarques para todos os meses, com estoques já regularizados nos portos e a forte demanda da China e de países europeus pelo produto brasileiro, de acordo com a programação de navios e um especialista.

Há no “line-up” para abril, segundo a agência marítima Cargonave, cerca de 250 navios programados para embarcar soja, contra aproximadamente 190 embarcações previstas nesta época do ano passado para o mesmo mês, quando o país registrou exportações recordes de 14.85 milhões de toneladas, segundo dados do governo.

No início de março, a programação também apontava 250 navios alinhados para embarcar soja brasileira no mês passado, que acabou fechando com embarques de 13.5 milhões de toneladas, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pelo governo.

Considerando que cada navio carrega, em geral, entre 60.000 e 65.000 toneladas de soja, o que daria um volume de ao menos 15 milhões de toneladas para março, é provável que parte do “line-up” do mês passado tenha ficado para abril, com o setor correndo para tirar o atraso da colheita e chuvas interrompendo embarques em alguns períodos.

“Normalmente abril exporta mais que março, pois já entramos em ritmo pleno de exportação, com armazéns cheios no porto”, disse o especialista em Commodities da Refinitiv Anderson Nacaxe.

Ele lembrou que o País teve os menores volumes de exportação já registrados para dezembro e janeiro, devido a estoques mínimos na entressafra e com o atraso na colheita, cujo ritmo avançou mais fortemente só em março e agora já está dentro da média histórica.

“O problema foi a chuva na colheita, e quando o tempo firmou as máquinas puderam entrar no campo, e então tivemos retomada rápida, com esse volume chegando rápido ao porto”, disse ele, lembrando que o total exportado em março representa o maior já registrado para este mês.

Segundo ele, a demanda chinesa aumentou e está “impressionante”, o que explica os grandes volumes previstos nesta época de pico de exportações de soja do Brasil, maior produtor e exportador global da oleaginosa.

Ele disse ainda que a Europa “tem sido forte como destino também”, com a logística de exportação pelo Norte e o câmbio deixando o Brasil “muito competitivo”.

Consultorias estimaram nesta quinta-feira uma safra recorde para o Brasil neste ano, entre 134 milhões e 135.5 milhões de toneladas.

A StoneX estima para o ano todo exportações de 82 milhões de toneladas, versus 82.97 milhões no ano anterior.

Reuters 

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