A contratação de apólices de seguro rural mais que dobrou no ano passado na comparação com 2019, informou o Ministério da Agricultura nesta quarta-feira. O número de apólices subiu 108%, passando de 93.1 mil a 193.4 mil de um ano a outro.
O ministério aplicou todo o orçamento previsto para o programa de subvenção, de R$ 881 milhões. Esse montante apoiou a cobertura de 13.7 milhões de hectares e um valor total segurado de R$ 45.8 bilhões em todo o país.
De acordo com relatório divulgado hoje pela Pasta, os índices mostram uma evolução acima de 100% em relação a 2019. Naquele ano, a área segurada ficou em 6.7 milhões de hectares e o capital protegido dos produtores foi de R$ 19.5 bilhões.
O ministério ainda não divulgou as perspectivas para 2021. Apesar de ter anunciado R$ 1.3 bilhão para o orçamento deste ano durante o lançamento do Plano Safra, em junho do ano passado, o valor deve ficar em R$ 1.06 bilhão.
A taxa de sinistralidade ficou em 84% em 2020, acima da média de 76% dos últimos sete anos, mas abaixo dos 89% de 2019. Ao todo, as 14 seguradoras que atuam no mercado do seguro rural pagaram R$ 2,5 bilhões em indenizações aos produtores em 2020. No ano anterior, as indenizações somaram R$ 1.96 bilhão.
As 193.4 mil apólices foram contratadas por 105.730 produtores. Desse contingente, 34% receberam pela primeira vez a subvenção federal para a aquisição do seguro, o que representa a maior inclusão de novos produtores na história, segundo o ministério.
O maior número de contratações de apólices ocorreu na cultura da soja (97.6 mil), seguida do milho segunda safra (33.3 mil) e do trigo (13.4 mil). Juntas, as três representam mais de 80% da destinação dos recursos e quase 90% da área segurada.
Ranking
A região Sul continua dominando o acesso ao Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). Juntos, os três estados acessaram quase 57% dos recursos. O líder em número de apólices, área e valor segurado ainda é o Paraná, seguido por Rio Grande do Sul e São Paulo.
Gestão de risco
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que é necessário consolidar o seguro rural como uma das principais ferramentas de gestão de risco disponíveis para o produtor.
“No ano passado, foi possível alcançar um patamar importante para o seguro. Em 2019, o PSR atendia cerca de 42 mil produtores, e em 2020 conseguimos apoiar 105 mil”, disse a ministra em nota.
“Considerando os sucessivos problemas climáticos observados nos últimos anos, cada vez mais severos, o produtor rural não deveria plantar sem a proteção do seguro e seguindo as recomendações do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc)”, avaliou o diretor do Departamento de Gestão de Riscos do ministério, Pedro Loyola.
“Apenas em 2020, as seguradoras pagaram aos produtores aproximadamente R$ 2,5 bilhões em indenizações. Isso demonstra a efetividade do seguro”.
Fonte: Valor
Equipe SNA