FGV: recuperação das agroindústrias desacelerou em outubro

Depois de desabar nos primeiros meses de pandemia e iniciar uma recuperação que culminou em forte alta em setembro, o Índice de Produção Agroindustrial Brasileira (PIMAgro) calculado pelo Centro de Estudos em Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro) voltou a subir em outubro em relação ao mesmo mês de 2019, embora o avanço tenha sido modesto.

Segundo as informações do Centro, o indicador registrou variação positiva de 0,80% na comparação anual, a quarta consecutiva. Apesar da tendência de recuperação, o índice ainda acumulou queda de 2,10% nos primeiros dez meses de 2020, e para terminar o ano no azul terá de crescer improváveis 11,20% no bimestre novembro-dezembro.

O PIMAgro é baseado em dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e nas variações do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), da taxa de câmbio e do Índice de confiança do Empresário da Indústria de Transformação (ICI) da FGV.

O avanço de outubro foi garantido pelo grupo formado por alimentos e bebidas, cuja produção cresceu 2,60% na comparação com o mesmo mês de 2019, puxada pelo ramo de bebidas (9,80%). Já no grupo de produtos alimentícios, a variação positiva foi de 1%. Entre os não-alimentícios, houve retração de 1,30%, diretamente influenciada pelo recuo dos biocombustíveis (19,90%).

O segmento de produtos não-alimentícios acumula contração de 8,50% no ano, e é necessário crescer incríveis 48% no último bimestre do ano, para que 2020 não seja perdido. Mas um crescimento similar a esse nunca foi observado”, indicou a análise divulgada pelo FGV Agro.

Já a área de alimentos e bebidas cresceu 3,80% de janeiro a outubro e tem boas perspectivas para novembro e dezembro, mas dificilmente registrará um avanço suficiente para levar o PIMAgro a um resultado anual positivo,  informou o Centro.

 

Valor Econômico

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