Ações integradas e coletivas, estratégias de agregação de valor e criação de uma associação de base unificada. Estas são algumas das propostas que o diretor da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Marcos Fava Neves, considera como fundamentais para a evolução e consolidação do sistema cooperativista no Brasil.
“O produtor rural brasileiro é protagonista no suprimento mundial sustentável de alimentos. Domina 50% do mercado mundial de soja. Diante disso, o cooperativismo precisa colaborar mais, principalmente em relação ao mercado internacional, para chegar ao lado do comprador”, salientou o especialista em planejamento estratégico do agronegócio, durante recente encontro online organizado pelo Sistema Ocepar.
Novos mercados
Segundo Fava, o papel das cooperativas na inteligência de mercado e no desenvolvimento de relações é de grande importância para a unificação do setor. “Precisamos ser pioneiros na conquista de novos mercados, à frente de outros exportadores, utilizando o serviço como diferencial para facilitar o acesso aos produtos e atender às principais necessidades do comprador”.
Para isso, acrescentou o diretor da SNA, é necessário conhecimento para trabalhar com todos os fatores que envolvem os mercados-alvo para a exportação de alimentos. “Precisamos identificar que mercados poderão crescer, a partir de fatores como população, geração e distribuição de renda, escassez de recursos agrícolas, legislação favorável às importações, etc.”
Consumo
Outro fator apontado por Fava como oportunidade para o setor cooperativista é a tendência de avanço, no pós-pandemia, das cooperativas de consumo (supermercados cooperativistas).
“É um esforço que a sociedade está pedindo. Hoje nós estamos comprando do pequeno varejo perto da nossa casa ou de redes internacionais. Nosso varejo se internacionalizou. Está na hora de o Brasil assumir um protagonismo na distribuição final do varejo e eu só vejo uma saída, que é pelo cooperativismo”, disse o especialista, que também defendeu avanços no setor de distribuição e varejo de combustíveis.
“O cliente do agro no exterior precisa entender as organizações brasileiras como criadoras de valor para ele, e com isso as relações podem se fortalecer cada vez mais”, complementou Fava.
Grupo coeso
Sobre a possibilidade de criação de um grupo para unificar as cooperativas, o diretor da SNA, ao sugerir alguns nomes para essa associação, entre eles CooperFoodsBR e CooperSoyBR, justificou que “não faz mais sentido que as cooperativas briguem por mercados externos ou não compartilhem infraestrutura de transporte e logística”. O setor internacional do cooperativismo, segundo Fava, deveria ser gerenciado por uma só organização.
Para ele, a ideia de se criar uma associação irá centralizar as exportações das cooperativas e capturar valor nas exportações, com eficiência logística, serviços aos compradores e poder de negociação.
“Temos a oportunidade de mostrar ao mundo que o País se organizou de forma socialmente justa, com grandes empresas exportadoras, que são cooperativas unificadas”.
Fonte: Dr. Agro
Equipe SNA