Boi: preço do bezerro e da arroba do animal terminado segue batendo recordes
A baixa oferta de gado de reposição tem feito com que os preços batam recordes reais este ano. Segundo relatório do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP), na parcial de outubro do indicador Cepea, o bezerro negociado em Mato Grosso do Sul registra média de quase R$ 2.300,00, cotação 26% superior ao valor de janeiro, em termos reais, a preços de ontem.
“Trata-se da alta mais intensa para esse período desde 2014, quando uma forte seca prejudicou a produção pecuária nacional e resultou na valorização de 23,40% no preço do gado de reposição”, observa o centro de pesquisas.
Além da quantidade limitada de animais de reposição, a demanda está aquecida por causa dos valores recordes do boi gordo. “Agentes do mercado consultados pelo Cepea acreditam que o movimento de avanço nos valores da reposição deve seguir firme, fundamentados no baixo volume de chuva nos últimos meses, que tende a atrasar a estação de monta”, indica o relatório.
A demanda está aquecida desde o segundo semestre do ano passado, quando a China reforçou as compras de carne bovina do Brasil. “Este contexto fez com que frigoríficos intensificassem as compras de novos lotes para abate, o que, consequentemente, aqueceu a demanda de pecuaristas recriadores e terminadores por animais de reposição”, destaca o Cepea.
A arroba do boi gordo, por sua vez, também tem batido recordes por causa da escassez de animais terminados e da demanda exportadora, segundo o centro de estudos.
Nesta semana, o Indicador do Boi Gordo Cepea/BM&F chegou à casa dos R$ 270,00 por arroba, registrando, portanto, novo recorde real diário da série histórica iniciada em 1994 (os valores diários foram deflacionados pelo IGP-DI de setembro/2020).
Nessa terça-feira, o indicador fechou a R$ 274,70, superando o recorde real anterior de R$ 269,87, que havia sido registrado em 29 de novembro de 2019 (naquela data, o valor nominal do boi foi de R$ 231,35). Na parcial de outubro, o indicador registra um aumento de 7%. Hoje, porém, o preço recuou 2,15%, para R$ 268,80.
A carne também tem subido de preço no mercado atacadista da Grande São Paulo, e foi negociada a R$ 17,75 o quilo à vista na terça-feira, com aumento de 6,73% na parcial de outubro.
Suínos: preços de produtos suinícolas estão nas máximas reais
O movimento de alta nos preços do suíno vivo e da carne foi intensificado nesta segunda quinzena de outubro. Segundo pesquisadores do Cepea, enquanto a oferta de animais para abate segue restrita, o que, consequentemente, limita a produção de carcaças e cortes, as exportações da carne apresentam forte ritmo neste mês.
Diante disso, os preços da maioria dos produtos suinícolas levantados pelo Cepea estão em patamares recordes reais das respectivas séries.
No caso do suíno vivo, além da oferta reduzida e da demanda aquecida por parte da indústria, os preços elevados dos principais insumos da atividade, milho e farelo de soja, motivam produtores a buscarem maiores preços na comercialização do animal, no intuito de garantir a rentabilidade da atividade.
Para as carnes, agentes do setor reajustam seus preços para seguir a tendência do vivo, mas já indicam dificuldades no repasse ao atacado.
Cepea