O 75º leilão de biodiesel negociou 1.19 bilhão de litros para atendimento à mistura de 10% em setembro e outubro, com o preço médio subindo 43,60% em relação ao leilão para atender o bimestre anterior, informou a reguladora ANP nesta segunda-feira.
O preço médio de negociação foi de R$ 5,043/litro, sem considerar a margem da adquirente, e o valor total negociado atingiu o patamar de R$ 6 bilhões, refletindo um ágio médio de 20,64% quando comparado com a média ponderada dos Preços Máximos de Referência.
A forte alta no preço ocorreu apesar de o governo ter reduzido provisoriamente o percentual da mistura de 12% para 10%, devido aos altos preços da soja, a principal matéria-prima utilizada para a produção do biocombustível.
O leilão L75 foi realizado após muita polêmica e uma disputa jurídica entre governo, ANP e produtores de biodiesel. O objetivo foi o de garantir uma mistura obrigatória em vigor no país de 12% de biodiesel no diesel.
Devido a uma alegada falta de matéria-prima, o governo determinou a redução provisória no “blend” para 10%, o que irritou as empresas produtoras do biocombustível. O certame anterior havia sido cancelado pela ANP em meio a reclamações de distribuidoras de elevados preços do biocombustível.
Após uma disputa judicial, as empresas aceitam participar do leilão sem novas ações na Justiça, mediante acordo com o governo que prevê a formação de um grupo de trabalho com o setor privado para resolver impasses, incluindo questões sobre a oferta de matéria-prima.
No Brasil, mais de 70% do biodiesel é produzido a partir de óleo de soja, oleaginosa que vem sendo muito demandada para a exportação neste ano, principalmente pela China.
Junto ao câmbio, isso tem elevado os custos do setor de biodiesel, o que acaba impactando as distribuidoras, compradoras do biocombustível, na realização da mistura.
Reuters