“O agro é excepcional”, afirma Paulo Guedes

Os ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Agricultura, Tereza Cristina, participaram nesta segunda-feira de uma live do Fórum de Incentivo à Cadeia Leiteira, promovido pela Frente Parlamentar Agropecuária (FPA).

Guedes ressaltou a parceria que a economia tem com o agronegócio e mostrou como o setor vem segurando o PIB brasileiro na pandemia.

“O agro tem participação extraordinária não só para afastar a pandemia, mas para manter a população abastecida. A resiliência do setor é muito forte. Esperávamos que o PIB caísse mais, mas o setor agrícola manteve o país respirando”.

O ministro também agradeceu o trabalho do campo para “manter as prateleiras cheias”. Segundo ele, de nada adiantaria liberar o auxílio emergencial se não houvesse alimentos para as pessoas. “O agro é excepcional. O Brasil mais do que nunca depende do agro para ter sucesso”.

Reforma tributária

A polêmica reforma tributária também entrou na pauta. Guedes defendeu o novo modelo como forma de simplificar o pagamento de impostos e auxiliar a impulsionar mais as exportações.

A ideia do governo é unificar tributos como PIS/PASEP e Cofins. “Vai ser um sistema muito mais simples, que vai facilitar muito as exportações, garantindo a compensação instantânea dos créditos, que hoje se acumulam e demoram para serem liberados. Estamos indo na direção da simplificação”.

Guedes também argumentou que o país precisa trabalhar para baixar custos de logística, energia e transporte para o setor agrícola. “Temos de facilitar para que boa parte do lucro fique com o produtor e não seja consumido ao longo da estrada, uma parte com imposto, outra parte com custo de transporte, com logística”.

Os desafios da cadeia leiteira

A ministra Tereza Cristina ressaltou que o setor leiteiro é uma das prioridades do Mapa, e reafirmou que a cadeia é grande, mas desigual. Segundo ela, para que haja padronização, o caminho é apoiar iniciativas para a qualificação do produtor e a adoção de tecnologias modernas.

“Temos mercados importantes abertos como China, Egito, Marrocos, Arábia Saudita, mas o desafio é organizar o setor para essa exportação”, disse.

A atividade leiteira está presente em 98% dos municípios brasileiros, desempenhada, principalmente, por pequenos e médios produtores. O Brasil superou a produção de 33 milhões de litros de leite em mais de um milhão de propriedades.

Durante a live, Tereza Cristina destacou que a assistência técnica, a diminuição de custos de produção, o cooperativismo e a infraestrutura são fatores importantes para impulsionar a atividade leiteira.

“Não tenho dúvida que esse setor, em breve, terá uma diferença muito grande de preços. A maioria já começa a saber quando custa o seu litro de leite e vai saber se vale a pena continuar ou não. É um setor que está se profissionalizando como outros”.

Na ocasião, a ministra citou um modelo adotado no Rio Grande do Sul onde pequenos produtores trabalham em sistema de cota e condomínio. Nesse caso, o criador produz o alimento para as vacas e quem cuida dos animais é o condomínio. O produtor recebe por cotas, conforme o número de animais que tem.

O sistema usa tecnologia e qualificação na produção, com ordenha robotizada. O estado é pioneiro no modelo na América Latina. “Temos de apoiar esses modelos porque o pequeno precisa se desenvolver e se organizar”, afirmou Tereza Cristina.

 

Agrolink

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