Congresso de Agribusiness: presidente da Embrapa diz que segurança alimentar e nutricional é um desafio

Maurício Lopes
Maurício Lopes (Embrapa): “Será necessário aumentar a produção de alimentos com segurança e qualidade, promovendo uma agricultura cada vez mais sintonizada com as três dimensões da sustentabilidade: econômica, ambiental e social”. Foto: Valter Campanato/ABr

 

Nas próximas décadas, a segurança alimentar e nutricional, o abastecimento de água e de energia, a preservação do meio ambiente e o combate à pobreza serão os grandes desafios da humanidade. A afirmação é do presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício Antônio Lopes. Na opinião dele, para abastecer a crescente população mundial, “será necessário aumentar a produção de alimentos com segurança e qualidade, promovendo uma agricultura cada vez mais sintonizada com as três dimensões da sustentabilidade: econômica, ambiental e social”.

O tema será um dos assuntos discutidos durante o 14º Congresso de Agribusiness da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), que será realizado nos dias 7 e 8 de novembro na Confederação Nacional do Comércio (CNC), no centro do Rio de Janeiro. Na ocasião, o presidente da Embrapa falará sobre os “Cenários e Desafios para as Próximas Décadas e as Oportunidades para o Agronegócio Brasileiro na Produção de Alimentos”.

Lopes acredita que a agricultura brasileira tem oferecido provas que atestam seu potencial no contexto da globalidade. “Poucos países conseguiram avançar na direção de uma produção mais sustentável de alimentos e matérias primas como o Brasil. Em pouco mais de quatro décadas, o país saiu de uma condição de insegurança alimentar e dependência de importações para a condição de potência agrícola tropical”.

O presidente da Embrapa, no entanto, adverte que esses avanços, embora muito relevantes, talvez não sejam suficientes para superar os desafios futuros. “É possível que a velocidade das mudanças climáticas globais torne obsoletos os métodos convencionais de inovação agropecuária, como o melhoramento genético e o controle químico de pragas, que tem sido importantes instrumentos de adaptação dos organismos utilizados na agropecuária. Novos métodos de adaptação terão de ser desenvolvidos”.

 

INOVAÇÃO

Segundo Lopes, a busca e o domínio de funções biológicas que tenham impacto positivo em determinados processos como regulação da composição química da atmosfera, regulação do clima, tratamento e reciclagem de resíduos, suprimento de água, ciclagem de nutrientes, polinização e controle biológico, entre outros, serão mais intensos à medida que crescem os impactos das atividades do homem sobre o meio físico, com a consequente redução na disponibilidade de recursos.

“Estes cenários indicam que não poderemos nos contentar com a intensificação dos sistemas de produção pelas vias convencionais, mas fortalecer a busca de rotas tecnológicas inovadoras, no que diz respeito aos modelos e estratégias de produção, novos métodos e insumos, instrumentação avançada e processos mais precisos, dentre outros”, ressalta o presidente, acrescentando que “é necessário dar atenção à dimensão social, em especial à inclusão produtiva dos pequenos agricultores”.

Lopes lembra que, ao longo das últimas décadas, as tecnologias elaboradas pela Embrapa e por outras instituições de pesquisa agropecuária do país geraram ganhos significativos na produção de grãos, leite, frutas, hortaliças, de carnes bovina, suína e de frango etc., e tiveram papel marcante na elevação da qualidade de vida e do bem estar da população brasileira. Entretanto, segundo o presidente, “ainda convivem no Brasil uma agricultura comercial, moderna e dinâmica, e outra carente e descapitalizada, à margem do mercado”.

 

INTELIGÊNCIA ESTRATÉGICA

Para o presidente da Embrapa, o caminho da sustentabilidade também irá exigir investimentos em processos de ‘inteligência estratégica’, que, segundo ele, é uma necessidade cada vez mais relevante em tempos de rápidas mudanças.

“É preciso que a agricultura brasileira se sustente em forte capacidade de antecipação de riscos, oportunidades e desafios, e em processos coordenados de decisão e ação. Só assim conseguiremos acompanhar a evolução muito rápida do conhecimento, internalizando métodos e processos necessários para a superação de desafios, a promoção e a manutenção da sustentabilidade”, ressalta. ‘De modo geral, precisaremos buscar um novo patamar de conhecimento, um novo paradigma científico e tecnológico, a fim de romper limites, em especial na região tropical do globo, onde estão os ambientes mais desafiadores para a agricultura e a produção de alimentos.”

Mais informações e inscrições para o 14º Congresso de Agribusiness da SNA, acesse: http://ow.ly/qioPy.

 

Por equipe SNA/RJ

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