Vendas de máquinas agrícolas no País caem no semestre, mas estimativa é de alta no ano

As vendas de máquinas agrícolas e tratores no Brasil fecharam o primeiro semestre em queda de 1,30% na comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando 19.642 unidades, em meio a impactos da pandemia de Covid-19. A informação é da associação nacional dos fabricantes de veículos, Anfavea.

A entidade está confiante de que o setor terá um segundo semestre melhor nas vendas de máquinas agrícolas, e aumentou em 3% as estimativas para esse ano. Em janeiro de 2020, a alta prevista era de 0,50%.

A nova projeção considera o contexto do agronegócio menos afetado pela crise do Coronavírus, diante do impulso do câmbio nos preços das commodities.

Com relação às chamadas máquinas rodoviárias, a Anfavea reduziu as estimativas para 2020, de aumento de 22% previsto em janeiro, para uma queda de 24%, devido à menor demanda para a construção de estradas, com a indústria de tratores sofrendo os efeitos dessa diminuição.

Em junho, as vendas totais de máquinas agrícolas e rodoviárias totalizaram 3.910 unidades, com aumento de 0,90% em relação a maio e queda de 9,60% na comparação com o mesmo período do ano passado.

As vendas de tratores de rodas somaram 2.614 unidades, com baixa de 15% em relação a maio e de 23,40% na comparação com junho do ano passado, o que resultou em queda de 5% no primeiro semestre.

Já as vendas de colheitadeiras de grãos totalizaram 734 unidades em junho, com aumento de 130,80% em relação a maio e de 39,30% na comparação com junho do ano passado. No semestre, o setor ainda registra um recuo de 9%.

Contudo, após um primeiro semestre de negócios mais mornos em meio às incertezas relacionadas à crise do Coronavírus, o setor de máquinas agrícolas espera uma movimentação maior dos agricultores em seus últimos meses do ano, quando é semeada a safra de soja, a principal do País, segundo executivos ouvidos anteriormente pela Reuters.

Montadoras de máquinas agrícolas estão até mesmo reajustando preços para repassar o aumento de gastos com peças importadas encarecidas pela alta do dólar, e devem ter a seu favor a boa rentabilidade de produtores de grãos do Brasil, um dos poucos setores que, também pelo câmbio, obteve margens positivas neste momento de crise histórica.

Já a comercialização de colhedoras de cana somou 52 unidades, com aumento de 225% em relação a maio, e de 160% na comparação com junho do ano passado. No semestre, as fábricas registram alta de 24,20%, mesmo diante das dificuldades relatadas pelas usinas no mercado de etanol, enquanto as exportações de açúcar estão elevadas.

 

Reuters

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