O Brasil teve um superávit comercial de US$ 4.5 bilhões em maio, o menor para o período desde 2015 (US$ 2.8 bilhões), num mês marcado pela queda mais forte das exportações. A informação é do Ministério da Economia.
O dado veio um pouco abaixo da estimativa de superávit de US$ 4.743 bilhões, segundo pesquisa da Reuters com analistas.
As exportações totalizaram US$ 17.9 bilhões no mês, com queda de 4,20% em relação ao mesmo mês do ano passado. As vendas foram afetadas pelo forte recuo dos preços internacionais em meio ao desaquecimento da demanda global com a crise do Coronavírus.
Segundo o Ministério da Economia, houve retração de 15,60% nos preços dos bens vendidos pelo Brasil em relação a maio de 2019.
Já o volume comercializado aumentou 5,60%, com recordes registrados no período para todos os meses da série histórica nos embarques de petróleo, açúcar, farelo de soja, café e carne bovina. No setor agropecuário, o volume exportado aumentou 36,10%.
“O bom desempenho exportador do agronegócio tem compensado o recuo observado para as vendas de produtos industrializados, conferindo resiliência ao setor exportador nacional e contribuindo para uma queda menos acentuada da atividade doméstica, em um contexto de queda progressiva do PIB global”, informou o Ministério da Economia em nota.
Na comparação com maio do ano passado, as exportações para a Ásia aumentaram 27,70%. Somente para China, Hong Kong e Macau, o aumento foi de 35,20%.
Importações
As importações do país caíram 1,60% em maio em relação a maio de 2019, para US$ 13.4 bilhões. Em nota, o ministério ressaltou que o dado foi fortemente afetado pelas operações de nacionalização de duas plataformas de petróleo, no total de US$ 2.7 bilhões, no âmbito do regime aduaneiro especial Repetro-Sped.
Desconsiderado esse efeito, as importações teriam sofrido uma queda de 21,70% pela média diária em relação a maio de 2019. Caíram as compras de combustíveis (61,60%), bens de consumo (24,30%) e bens intermediários (11%) em relação a igual período do ano passado.
Nos primeiros cinco meses do ano, o saldo da Balança Comercial ficou positivo em US$ 16.3 bilhões, com queda de 17,90% em relação ao mesmo período de 2019 pela média diária das operações.
O Ministério da Economia reafirmou nesta segunda-feira sua previsão de superávit comercial de US$ 46.6 bilhões, com uma contração de 3% em relação ao resultado do ano passado, em cálculo que já leva em conta o impacto global da pandemia.
Reuters