Sindicatos rurais se manifestam favoráveis à pesquisa e apoiam Aprosoja/MT

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT) recebeu, por meio de carta aberta, o apoio de sindicatos rurais favoráveis à pesquisa científica conduzida pela Fundação Rio Verde e Instituto Agris, com a finalidade de comparar o melhor período de produção de semente para uso próprio, neste caso, em dezembro ou fevereiro.

Ao todo, 33 sindicatos assinaram a carta aberta, dentre eles, os localizados em grandes municípios produtores, como Sinop, Sorriso, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sapezal e Primavera do Leste.

Somadas, a área plantada e a produção dos municípios onde os sindicatos estão sediados representam, respectivamente, 5.7 milhões de hectares e 20.4 milhões de toneladas de soja, conforme dados elaborados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

“Trata-se de medida extremamente necessária, já que não há uma só pesquisa que possa atestar o que se dispõe nos ‘considerandos’ da Instrução Normativa 002/2015, como também não há a menor coerência na afirmação de que plantios de campos de sementes no mês de fevereiro possam contribuir na proliferação do fungo da ferrugem asiática ou na diminuição da eficácia dos fungicidas comerciais”, indicou um trecho da carta.

Em matéria veiculada na imprensa no último dia 20, o Sindicato Rural de Tangará da Serra se posicionou contrário aos plantios experimentais de fevereiro, alegando que a Aprosoja não seria capaz de arcar com os danos ambientais estimados pelo Ministério Público do estado (MPMT) em R$ 3 bilhões. O referido município, onde se localiza este sindicato, representa, respectivamente, 129.000 hectares e 454.000 toneladas de soja.

“Toda produção de soja no Estado de Mato Grosso é importante, assim como a do município de Tangará da Serra, e toda opinião é válida, mas o fato é que a maioria dos produtores de Mato Grosso apoiam a pesquisa do plantio experimental em fevereiro para produção de semente destinada a uso próprio”, disse o presidente da Aprosoja, Antônio Galvan.

“Divergências são salutares, mas a decisão e opinião da maioria devem ser respeitadas. A vontade do produtor de soja pelo experimento para se constatar o melhor período, foi manifestada por maioria em Assembleia Geral de Associados da Entidade, bem como em pesquisa de mercado encomendada por nós. Assim funciona o estado democrático”, acrescentou o presidente.

Em relação aos possíveis danos ambientais estimados em R$ 3 bilhões pelo MPMT, vale destacar que esse montante foi fundamentado em estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A entidade afirmou que esses plantios de fevereiro podem acarretar uma perda de 10% da produção de soja em Mato Grosso.

“Todavia, como o próprio Ministério Público destacou, ao afirmar o número em sede de processo judicial, esse estudo da Embrapa sequer foi divulgado e publicado, e apesar do mesmo ter sido solicitado pela Aprosoja a esta empresa pública, ainda não foi fornecido”, ressaltou a associação.

“Como os plantios de fevereiro podem causar danos ambientais se o uso de defensivos químicos neste período é 50% menor do que em dezembro?”, questionou a Aprosoja.

Desde a implementação da calendarização do plantio da soja em 2015, e antes mesmo, nos debates sobre o assunto, a associação sempre se posicionou contrária à data limite para plantio em 31 de dezembro. Tanto que em 2017 solicitou à Embrapa Agrossilvipastoril de Sinop a realização de um protocolo de soja de cultivo excepcional na primeira quinzena de fevereiro daquele ano, o qual foi negado pela empresa pública.

“Não é de hoje que o Sindicato Rural de Tangará da Serra se posiciona contra algumas estratégias institucionais da Aprosoja. Isso vem acontecendo desde o final de 2015, quando o atual presidente deste sindicato foi derrotado nas eleições para presidente da Entidade”, concluiu a associação.

Acesse aqui a íntegra da carta aberta dos sindicatos rurais.

 

Aprosoja MT

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