Estiagem no Rio Grande do Sul reduz colheita recorde de grãos

Os problemas provocados pela estiagem em lavouras de soja e milho do Rio Grande do Sul levaram a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a reduzir a sua estimativa para a produção de grãos no estado, e, consequentemente, no País, nesta temporada 2019/20, cuja colheita da safra de verão já foi finalizada.

Segundo levantamento divulgado ontem pela estatal, a produção nacional de grãos somará 250.9 milhões de toneladas, quase um milhão a menos que o previsto em abril, mas com volume, ainda recorde, 3,60% superior ao de 2018/19.

A área plantada está estimada em 65.5 milhões de hectares, com aumento de 3,50%, e a produtividade média das plantações em 3.832 quilos por hectare, com alta de 0,10%.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que também publicou ontem um novo levantamento de safra, o volume total chegará a 247 milhões de toneladas de grãos, com aumentos de 0,80% em relação à estimativa anterior e de 2,30% sobre a colheita de 2019.

A Conab informou que Mato Grosso continua a liderar a colheita total, com 73.4 milhões de toneladas (aumento de 8,80%), seguido por Paraná (40.5 milhões de toneladas e alta de 11,70%), Goiás (27.1 milhões de toneladas e aumento de 10%) e Rio Grande do Sul (26 milhões de toneladas e queda de 27%).

Em 2018/19, o Rio Grande do Sul ficou praticamente empatado com o Paraná na segunda posição entre os maiores estados produtores de grãos do país.

“As culturas de primeira safra apresentaram melhor resposta às condições climáticas, apesar da instabilidade inicial, e, de maneira geral, com rendimentos superiores aos da safra passada”, informou a Conab em seu novo levantamento.

“As lavouras de soja, algodão e arroz tiveram recuperações e, com a colheita finalizada, constata-se produtividades superiores aos da temporada anterior, a despeito de importantes estados produtores terem sidos prejudicados pelo desempenho do clima”.

A Conab destacou ainda que o Rio Grande do Sul foi o estado mais comprometido pela ausência das chuvas, combinadas com elevadas temperaturas, nas fases sensíveis das culturas. “Com os resultados apurados, se confirma que essa foi uma das piores secas ocorridas, uma vez que desde a safra 2011/12 não se registrava tamanha magnitude de perdas em suas lavouras”.

Para a soja, carro-chefe do agronegócio brasileiro, a Conab reduziu sua estimativa da colheita no país para 120.3 milhões de toneladas, 1,40% menos que o previsto em abril, mas com volume 4,60% superior ao registrado no ciclo passado e ainda um novo recorde histórico.

No caso do milho, a produção total passou a ser estimada em 102.3 milhões de toneladas, com aumentos de 0,50% em relação a estimativa de abril e de 2,30% na comparação com 2018/19.

Segundo a Conab, a safra de verão alcançou 25.3 milhões de toneladas, 1,50% menos que na temporada passada, mas a segunda safra, que está em desenvolvimento, crescerá 3,70%, para 75.9 milhões de toneladas.

Para a colheita de arroz, a estatal elevou a sua estimativa da colheita total para 10.8 milhões de toneladas, ou seja, 3,90% mais que em 2018/19, enquanto que para a soma das três safras de feijão a Conab estimou um pouco mais de três milhões de toneladas, com aumento de 1% na mesma comparação.

Já a colheita de algodão em pluma deverá aumentar 3,60% e atingir a 2.9 milhões de toneladas. Mais informações: www.conab.gov.br e em www.ibge.gov.br.

 

 

Valor Econômico

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