Seca reduz em 16% a safra de soja e em 21% a de milho no Rio Grande do Sul

A estimativa da safra de soja do Rio Grande do Sul, tradicionalmente o terceiro produtor do Brasil, foi reduzida em 16% nesta terça-feira, para 16.5 milhões de toneladas, devido aos efeitos da seca que atingiu o estado na temporada 2019/20, segundo pesquisa da Emater/RS.

A produção de milho do Rio Grande do Sul, que planta o cereal somente na primeira safra, sendo normalmente o principal produtor nacional do grão na colheita de verão, foi estimada em 4.7 milhões de toneladas, com queda de 21% em relação à estimativa inicial da Emater/RS.

A falta de chuva também afetou as safras de feijão e de arroz, em menor escala. “Mas o tempo seco indica ainda riscos para as safras de verão”, afirmou o secretário estadual da Agricultura, Covatti Filho. “Nós vemos algumas perdas muito significativas, em decorrência da estiagem, que ainda deixa o Rio Grande do Sul em alerta”, disse ele durante a feira Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque (RS).

“Podemos ter ainda um agravamento dessa estiagem nos próximos dias, diante da expectativa de tempo sem chuvas  que poderá transformar essa estiagem em seca, agravando ainda mais os reflexos negativos na safra de verão”.

O Rio Grande do Sul é um dos poucos estados que apresentam problemas com a seca neste ano, enquanto outras regiões têm registrado chuvas abundantes que estão impulsionando as produtividades da soja e garantindo uma safra recorde da oleaginosa até o momento, de acordo com analistas.

Até meados do mês passado, algumas consultorias estimavam a safra do Brasil – maior exportador mundial de soja, que deve se consolidar também como maior produtor em 2019/20 – acima de 125 milhões de toneladas.

Com os problemas da seca, o Rio Grande do Sul deverá perder para Minas Gerais o posto de maior produtor de milho na primeira safra. Essa colheita, aliás, tem ajudado indústria de carnes, diante de estoques apertados do cereal que recentemente impulsionaram os preços.

No caso da soja, em comparação com a safra passada (2018/19), a estimativa indica redução de 10% na produção, por ora. Ainda assim, esta será a quinta maior safra de verão da história do Rio Grande do Sul, segundo a Emater.

Os efeitos da estiagem também afetaram as demais culturas de verão, como o feijão e o arroz.  A Emater informou que a estimativa de safra de arroz já sofreu redução de 1,50%, para 7.4 milhões de toneladas.

 

Reuters

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp