Os novos adidos agrícolas começaram a tomar posse nas representações diplomáticas brasileiras no exterior. Antes de iniciarem a missão, os nove adidos foram recebidos pela Ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), quando foram orientados.
“A orientação da Ministra é que eles mergulhem de cabeça nessa experiência e que possam engrandecer a missão de levar nosso agronegócio para o mundo e diversificar a pauta exportadora”, relata o Secretário-Adjunto de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) do Mapa, Flávio Bettarello, sobre o encontro da Ministra com os adidos no último dia 8 deste mês.
Um dos papeis do adido é identificar as oportunidades, os desafios e as possibilidades de comércio, investimentos e cooperação para o agronegócio brasileiro. “Com base nessa vivência em campo, na qual eles estão naturalmente engajados com as autoridades locais, com o setor privado local, no acompanhamento da imprensa, da Academia, eles poderão auxiliar a identificar uma estratégia que seja coerente no curto, médio e longo prazo para cada país, para cada mercado específico”.
Bettarello destaca que há mercados em que o esforço maior consiste na superação de barreiras sanitárias e fitossanitárias; em outros, há maior necessidade de iniciativas de promoção de comércio e investimentos, tais como participação em feiras internacionais e organização de “Road Shows”. Por fim, em alguns países, o desafio é trabalhar a imagem da agricultura brasileira junto com a sustentabilidade ambiental. O adido agrícola deve contribuir para o diagnóstico adequado dos problemas e para a busca de soluções.
O Secretário-Adjunto destaca que o Ministério trabalha para harmonizar a política agrícola doméstica com a internacional. “Nós olhamos para fora, mas com os pés fincados no campo. Não adianta abrir um mercado que a gente não tenha condições de atender ou um mercado onde serão necessárias muitas adequações.”
No caso da China, por exemplo, buscaram-se oportunidades para o melão, que é uma fruta economicamente importante para a Região Nordeste. No Peru, pela proximidade geográfica com o Acre, o interesse é incrementar as vendas de carne suína.
Outro exemplo é a Tailândia, onde a pauta exportadora brasileira está concentrada na soja. “Nosso esforço agora é diversificar essa pauta, inserindo nela outros produtos. Já fizemos algo importante que foi a reciclagem animal; subprodutos sendo usados como insumos para a indústria deles. Estamos em processo de negociação sobre a carne bovina.” Para o êxito das tratativas, busca-se conciliar interesses dos dois países envolvidos. “A Tailândia gostaria de investir mais em agricultura familiar e nós temos expertise nessa matéria.”
Novos Adidos
Em janeiro e fevereiro deste ano, os novos adidos agrícolas se apresentarão nos seguintes países: China, Reino Unido, Singapura, Itália (sede da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação – FAO), Rússia, Estados Unidos, Japão, Bélgica (sede da Comissão Europeia) e Peru.
Os decretos de designação foram assinados pelo Presidente Jair Bolsonaro e publicados no Diário Oficial da União do dia 26 de dezembro de 2019.
Na mesma edição do DOU, também foram publicados os decretos de recondução, por mais dois anos, dos adidos agrícolas nas representações diplomáticas brasileiras na Arábia Saudita, África do Sul, Argentina, China, Índia, Coreia do Sul, no México, na Tailândia e no Vietnã.
Em 2021, outros seis adidos poderão ser reconduzidos, que exercem missão nas representações no Canadá, na Colômbia, no Egito, na Indonésia, no Marrocos e na Bélgica.
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento