Dezembro começa com preços do arroz fortalecidos

Por Cleiton Evandro dos Santos – AgroDados

Antes tarde do que nunca. O arroz gaúcho, em casca, está alcançando cotações médias próximas de R$ 48,00 a saca de 50 quilos neste início de dezembro, preço considerado referencial para o custo médio das lavouras da safra 2018/19. Segundo o indicador de preços Esalq/Senar-RS, as cotações se elevaram 1,48% em novembro, terminando o mês com a saca cotada a R$ 47,23, o que é equivalente a US$ 11,15.

Nos quatro dias úteis de dezembro, no entanto, a saca já subiu R$ 0,40 e alcançou R$ 47,63. Com o comportamento do dólar, equivale a US$ 11,38, acumulando 0,80% e aproximando-se dos R$ 48,00.

A alta está associada ao aumento da demanda e da especulação por negócios por parte de corretores e indústrias, em especial na região Sul, onde as disponibilidades são pequenas.

Alguns produtores com arroz em casa ou a depósito aproveitam a oportunidade de negociar, seja para quitar parcela de empréstimos e prorrogações de custeio ou para fazerem frente às despesas do cultivo do arroz e da soja.

O plantio do arroz no Rio Grande do Sul entrou na reta final, com menos de 4% da área prevista em 945.000 hectares, para serem semeados, segundo a Emater/RS. Se o clima permanecer bom, espera-se que até 15 de dezembro toda a área esteja semeada, o que representará um mês de atraso para pelo menos um terço das lavouras.

As chuvas de outubro atrasaram bastante o plantio do arroz gaúcho e aqueles produtores que produzem soja em rotação com o arroz, ou mesmo em coxilha, viram embolar a demanda por máquinas e mão de obra no final de novembro e ao longo destes dias de dezembro, ao contrário do que estava previsto no planejamento inicial.

A Depressão Central continua sendo a região mais atrasada, até pelas circunstâncias de clima, relevo e níveis de infestação que exigem manejo de camadas das invasoras antes do plantio. Os preços médios nesta região estão entre R$ 45,00 e R$ 46,00.

Já no litoral norte de Santa Catarina, as cotações se mantêm entre R$ 43,00 e R$ 44,00, estáveis, uma vez que é a região que primeiro semeou e já deve começar a colher no final deste mês. A indústria mantém o discurso de dificuldade para repassar qualquer alta para os supermercadistas e demais varejistas.

A boa notícia para os produtores que fazem integração entre lavoura e pecuária é o preço do boi em elevação, que ajudará a capitalizar o arrozeiro para os novos desafios até a safra.

Lamentavelmente, os preços do arroz reagem quando há poucos produtores com produto sob seu controle e a maior parte dos arrozeiros já vendeu por R$ 42,00 a R$ 43,00. A expectativa dos produtores é de que o grão se mantenha valorizado ao longo de 2020.

Mercado

A Corretora Mercado, de Porto Alegre, indica preços médios de R$ 47,50 para a saca de arroz no Rio Grande do Sul, e R$ 102,00 para a saca de 60 quilos do grão branco, Tipo 1. Os derivados seguem com preços estáveis, com R$ 65,00 para o canjicão, R$ 42,00 para a quirera e R$ 470,00 para a tonelada de farelo.

Em novembro, o Brasil registrou superávit na Balança Comercial do arroz. Exportou pouco mais de 130.000 toneladas e importou 65.000 toneladas. Com isso, a Balança Comercial voltou a ampliar o saldo positivo para cerca de 160.000 toneladas.

Com a expectativa de saída de mais de 100.000 toneladas em dezembro, alguns analistas estimam que o Brasil poderá exportar mais de 1.2 milhão de toneladas no ano comercial, que vai até fevereiro, e importar cerca de 950.000 toneladas, gerando um superávit de 350.000 toneladas.

 

Planeta Arroz

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