Um alerta para os agricultores antes de aplicar os fertilizantes na lavoura. Testes realizados em Mato Grosso mostraram que 31,9% das amostras coletadas desses insumos estão fora das especificações. Com isso, os produtores podem não obter o resultado previsto com a aplicação dos adubos, que representam parte significativa dos custos de produção.
Os testes foram realizados pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), que coletou amostras em propriedades de parte dos 6 mil associados no estado durante a 11ª edição do projeto Circuito Tecnológico Soja. “Fazemos monitoramento todos os anos, mas neste ano me assustou muito esse percentual tão elevado de inconformidade dos fertilizantes em Mato Grosso”, conta Lucas Beber, diretor administrativo da Aprosoja-MT.
Ele recomenda que o produtor chame um técnico de confiança logo que receba os fertilizantes em suas propriedades para sejam feitas análises em laboratório. Desta forma, Beber diz que é mais fácil reclamar junto ao fornecedor para que seja feita a troca ou devolução do produto que não está dentro das especificações, porque após a aplicação no solo é mais difícil a comprovação de adulteração.
De acordo com o executivo da Aprosoja-MT, entre as inconformidades constatadas nas amostras estão adulteração, falta de nutrientes indicados, problemas na granulometria entre outros. Com isso, o agricultor pode não obter os resultados desejados e colocar a safra em risco. “Não se trata de um capricho, mas de uma necessidade de fazer essas análises nos fertilizantes comprados o mais rapidamente possível. Com os preços baixos da soja, a aplicação de fertilizantes adulterados pode colocar tudo a perder para alguns produtores”, alerta Beber.
Os nomes dos fabricantes dos fertilizantes fora das conformidades não foram divulgados porque, segundo o executivo, ocorreram adulterações em diversas marcas e também não há como identificar onde ocorreu o problema. “Não é nosso objetivo apontar a marca A,B ou C, até porque a adulteração pode ocorrer no transporte ou na distribuição do produto. O que a gente tem visto é que os fornecedores têm trocado os produtos logo quando comprovam as não conformidades”, acrescentou.
Os testes da Aprosoja-MT foram feitos nos fertilizantes comprados para o plantio da soja, mas Beber lembra que é importante que os produtores façam análises também nos produtos dedicados às demais lavouras, como o milho cujo plantio deve começar a partir de janeiro.
O percentual dos fertilizantes nos custos de produção variam de acordo com a região, o tipo de lavoura e outros fatores, como o câmbio. De acordo com pesquisa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), na média nacional, entre 2005 e 2016, os fertilizantes representaram 27% do custo de produção da soja.
Fonte: Aprosoja-MT
Equipe SNA